A Casa Branca disse nesta segunda-feira (12) que os protestos sem precedentes ocorridos em Cuba foram “espontâneos” e negou que o embargo imposto pelos Estados Unidos tenha exacerbado a crise econômica que os provocou.
Além disso, o governo americano informou que está avaliando como ajudar “diretamente” o povo cubano.
Em sua entrevista coletiva diária, a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, disse que, no momento, ela não tinha nenhum anúncio a fazer sobre uma possível mudança na política do presidente dos EUA, Joe Biden, sobre Cuba.
– (Mas) obviamente, dados os protestos que ocorreram nas últimas 24 e 48 horas, estamos avaliando como podemos ajudar diretamente o povo de Cuba – afirmou.
Em abril, Psaki garantiu que mudar a política de Cuba não era uma prioridade para Biden, apesar de seu antecessor, Donald Trump, ter pressionado inúmeras medidas para reverter o “degelo” nas relações com o país caribenho e que atingiu duramente a economia cubana.
Perguntada se, à luz dos protestos, Biden agora vê a política de Cuba como uma prioridade, a porta-voz evitou responder com um “sim” e simplesmente afirmou que Washington vai acompanhar de perto o que acontece na ilha e “procurará dar apoio ao povo de Cuba”.
O governo Biden mostrou há apenas três semanas que não tinha nenhum interesse especial em reverter a política de Trump ao votar contra a resolução anual condenando o embargo dos EUA na Assembleia Geral da ONU, em vez de se abster, como fez o governo do ex-presidente Barack Obama.
Nos protestos de domingo em Cuba, Psaki disse que “tudo indica” que foram “expressões espontâneas de pessoas que estão cansadas da má administração econômica e a repressão do governo”.
– Estes protestos foram inspirados pela dura realidade da vida diária em Cuba, não por ninguém em outro país – acrescentou.
O presidente cubano, Miguel Diaz-Canel, acusou “mercenários pagos pelo governo dos EUA” de organizar os protestos e culpou o embargo comercial americano por grande parte da grave crise humanitária e sanitária do país.
Quando perguntada sobre isso, Psaki argumentou que o embargo imposto pelos EUA há 60 anos “permite que bens humanitários cheguem a Cuba” e que Washington “agiliza qualquer pedido” que recebe para “exportar suprimentos médicos ou humanitários” para a ilha, além de produtos agrícolas.
Psaki abordou a situação em Cuba horas depois de o próprio Biden falar sobre os protestos, que ele descreveu como “um apelo à liberdade” no exercício “corajoso” dos “direitos fundamentais”.