Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, se comparou ao ex-presidente Lula (PT) ao dizer que fora “vítima” da PGR (Procuradoria-Geral da República) assim como o petista foi da Lava Jato.
“O Lula não era sequer investigado. O Lula passou a ser investigado quando nos aproximamos das eleições, e viram com as pesquisas que ele ganharia a eleição. E aí pegaram o processo ridículo que estava em São Bernardo e levaram para Curitiba, fizeram uma exposição pública do Lula, várias buscas e apreensão”, disse o senador em entrevista ao UOL, nesta segunda-feira (28).
Calheiros recordou as 34 investigações abertas contra ele pela força-tarefa federal, das quais ele garante que nenhuma tinha provas. O parlamentar afirma que o fato dele ser presidente do Congresso Nacional naquela circunstância impulsionou o encaminhamento dessas investigações.
Calheiros criticou, ainda, a Operação Lava Jato, que segundo ele “extrapolou limites”.
“Fui ministro da Justiça e sempre defendi investigação. E acho que em qualquer circunstancia, deve haver oportunidade para o acusado se defender. Uma coisa é você ser acusado com provas, e outra é sem provas. A Lava Jato tem contribuições civilizatórias, mas ela, quando exagerou, extrapolou seus limites. Quando teve objeto político, que era a substituição da politica, ela perdeu completamente o rumo e passou a se desmoralizar”, declarou.
A entrevista também rendeu críticas ao governo federal. Crítico de Bolsonaro, o senador apontou “falso brilhantismo” na gestão.
“Nós estamos sobre a égide de um orçamento paralelo, isso do ponto de vista orçamentário, isso é um retrocesso inominável. No ano de 2020, através dessa emenda RP9, o governo federal, através do Ministério da Saúde, gastou R$ 8 bilhões. Não é com emendas parlamentares, mas emendas clandestinas que foram dadas a membros da base do governo”, finalizou.