A chanceler alemã Angela Merkel declarou que a União Europeia deve, tal como os EUA, conduzir um diálogo direto com a Rússia em alto nível e que não se trata de um “encorajamento” a Moscou por parte de Bruxelas.
“O que aconteceu? Aconteceu que nós falamos muito sobre soberania da Europa, que o presidente dos EUA realizou uma reunião muito séria com Vladimir Putin, que não deixou uma impressão de encorajamento ao presidente russo, e que a Europa soberana, em minha opinião, deve ser capaz de defender seus interesses em encontros semelhantes”, disse ela na coletiva de imprensa nesta sexta-feira (25).
A chanceler ressaltou que se trata da soberania da Europa, “e não das categorias de ‘encorajamento’ ou ‘não encorajamento'”.
Merkel disse que não vê nada de positivo no fato de os países da União Europeia terem diálogos com a Rússia separadamente, enquanto precisam de canais comuns.
“Eu pessoalmente acho que seria melhor se nós tivéssemos canais de diálogo comuns para todos os países-membros e nossas instituições – Comissão Europeia e presidente do Conselho – com a Rússia do que alguns ou muitos países fazerem isso separadamente, já que nós queremos ter uma opinião comum a respeito das relações com a Rússia”, explicou.
Ela notou, em particular, que se os países da UE querem resolver o problema dos alegados “ataques híbridos” do lado russo, então é preciso dialogar.
“É preciso discutir com a Rússia, se quisermos alcançar progresso [na questão dos ataques híbridos], para que nesse âmbito o Conselho da UE estude os formatos de diálogo com a Rússia e suas condições. Isso é um novo desenvolvimento a partir de 2014″, continuou.
Macron não vê drama nenhum na ausência de unidade sobre cúpula Rússia-UE
Por sua vez, o presidente da França Emmanuel Macron não qualifica como situação dramática a ausência de consenso dentro da União Europeia a respeito da realização da cúpula com o Estado russo, notando que manter a unidade é mais importante.
© REUTERS / JOHN THYSPresidente da França Emmanuel Macron no segundo dia da cúpula da UE, Bruxelas, 25 de junho de 2021
“Se não há consenso para que a cúpula se realize em breve, em minha opinião, isso não é drama nenhum. É mais importante prosseguir essa agenda [das relações com a Rússia] e manter a unidade, porque a divisão nos enfraquece”, disse o presidente francês.
Além disso, ele considera que, a partir do início deste ano, a União Europeia progrediu na elaboração da estratégia das relações com a Federação da Rússia.
Os países ocidentais acusaram repetidamente Moscou de interferência nos assuntos internos e ciberataques. A Rússia refutou todas as acusações, declarando que o Ocidente não apresentou nenhumas provas.