Juiz pode anular liberação de comércio de Campo Grande

A Justiça analisa resposta da Prefeitura de Campo Grande, para decidir se anula ou não o decreto municipal que flexibilizou medidas de combate à covid na cidade. Uma ação popular pediu para que a cidade volte a adotar medidas mais severas, conforme decreto estadual. 

A resposta da Procuradoria-Geral do Município já foi inserida no processo, nesta quinta-feira (17). 

A ação popular, com pedido de tutela de urgência, foi apresentada à 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos de Capital, por uma estudante, chamada Amanda Souza Silva. Ela alegou que a decisão da Prefeitura fere diversos princípios jurídicos e põe a saúde da população em risco. 

A autora da ação explicou que estudo técnico feito pelo Prosseguir, apontou índices desfavoráveis da situação da pandemia na Capital, como mais de 100% da ocupação dos leitos nos hospitais. 

Outro ponto destacado pela estudante é que interpretações de cortes superiores determinam que, caso haja conflito de posições entre entes da federação sobre medidas de prevenção, deverá prevalecer aquela que for mais restritiva. Ela observa que a medida da prefeitura é mais flexível e, portanto, deveria ser anulada. 

Na resposta, a PGM alega que decisão monocrática do ministro do STF, Marco Aurélio Mello (e referendada pelo plenário), reconheceu a competência administrativa e concorrente dos municípios para disciplinar sobre medidas restritivas. 

A Procuradoria também destacou que as decisões, tanto de restringir quanto de flexibilizar medidas de isolamento tiveram apoio em critérios técnicos e o ‘’fez pautados em medidas coerentes, necessárias e fundamentais para preservar a vida da coletividade.’’. 

O processo está nas mãos do juiz David de Oliveira Gomes Filho.     

Entenda a polêmica

A Prefeitura de Campo Grande adotou regras referentes à classificação de Bandeira Vermelha e com isso flexibilizou restrições impostas pelo Governo do Estado. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial do Município da última segunda-feira (14). 

Conforme o decreto, a justificativa do prefeito Marquinhos Trad, PSD, é que na semana epidemiológica número 20, Campo Grande atingia 27,4 pontos, atingindo a Bandeira Vermelha na classificação do Prosseguir. 

Ainda segundo o documento, já na semana epidemiológica 22, a nota passou a ser 28,88 pontos, sendo, portanto, de menor risco para a doença. No entanto, o Prosseguir classificou a situação da cidade em Bandeira Cinza, que representa risco máximo para a doença. 

Com esse raciocínio, a Secretaria Municipal de Saúde enviou ofício à Secretaria Estadual de Saúde, informando as razões para descumprimento do decreto, publicado no dia 9 deste mês. 

Na ocasião, o governo de MS lamentou a decisão do prefeito da Capital. 

FONTE: topmídianews

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