Bolsonaro tem ‘dever cívico’ de mostrar prova de fraude nas eleições de 2018, diz ministro Barroso

Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso diz que nunca houve fraude eleitoral com a urna eletrônica no Brasil.

O presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso, voltou a declarar que o voto impresso é uma “solução arriscada para um problema que não existe” e instou o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a provar que houve fraude no pleito de 2018.

“Nunca houve fraude documentada. Jamais. Apenas o pedido de auditoria solicitado pelo então candidato Aécio Neves [PSDB-MG] e que não se apurou impropriedade porque não há”, sentenciou Barroso em entrevista à emissora CNN Brasil.

O ministro do STF acrescentou: “Se o presidente da República ou qualquer pessoa tiver provas [de fraude] tem o dever cívico de entregá-la ao Tribunal e estou com as portas abertas. O resto é retórica política, são palavras que o vento leva”.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom) ainda não se pronunciou sobre a declaração de Barroso sobre as provas de fraude.

Em vídeo, Bolsonaro faz ataques pessoais contra o ministro do STF Luís Roberto Barroso, no dia 9 de abril de 2021

© FOTO / REPRODUÇÃO REDES SOCIAISEm vídeo, Bolsonaro faz ataques pessoais contra o ministro do STF Luís Roberto Barroso, no dia 9 de abril de 2021

‘Estratégia de tumultuar’

Desde 2018, o presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores alegam sem provas que as eleições presidenciais de 2018 foram fraudadas e o presidente teria recebido muito mais votos do que o registrado.

Em maio, especialistas ouvidos pela Sputnik afirmaram que a proposta do voto impresso representa um atraso e um reflexo da subserviência do governo Bolsonaro ao modelo norte-americano.

Os analistas destacaram que esse aumento de tensão em torno do sistema eleitoral representa uma “estratégia de tumultuar“, de destruição “da institucionalidade constitucional no país”.

No início do mês, Barroso afirmou que se o Congresso aprovar a impressão de comprovante do voto e a decisão for validada pelo STF, a “vida vai ficar bem pior“, mas vai cumprir “com boa fé” a decisão.

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