O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta quarta-feira (19) que o bombardeamento de alvos na Faixa de Gaza por Israel tem o objetivo de deter o Hamas, não descartando, no entanto, a campanha de “conquistar” os líderes do enclave.
Em meio aos apelos da comunidade internacional para cessar o intenso conflito que acontece desde 10 de maio, Netanyahu apresentou mais uma ameaça contra o grupo armado palestino, de acordo com a agência de notícias AFP.
O primeiro-ministro israelense disse aos embaixadores estrangeiros, durante o briefing com embaixadores em Tel Aviv, que existem apenas duas opções de tratamento para os militantes palestinos: “Você pode conquistá-los, e essa é sempre uma possibilidade aberta, ou pode detê-los, e estamos engajados agora em uma dissuasão vigorosa, mas devo dizer que não descartamos nada”.
O objetivo é “degradar as capacidades do Hamas, suas capacidades de terror, e suprimir sua vontade”, adicionou Netanyahu.
© REUTERS / SEBASTIAN SCHEINERPrimeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fala durante briefing com embaixadores em uma base militar em Tel Aviv, Israel, 19 de maio de 2021
Um oficial militar israelense, falando sob condição de anonimato, disse em um briefing separado que no momento Israel está considerando em qual estágio pode parar sua campanha militar.
“Nós estamos pensando em quando será o momento certo para cessar-fogo”, afirmou a fonte.
O país judeu está avaliando se seu objetivo de suprimir as capacidades do Hamas foi atingido e “se o Hamas entende a mensagem” que seus ataques de foguetes em direção a Israel não podem se repetir.
Nesta segunda-feira (17), em ligação telefônica, o presidente dos EUA, Joe Biden, sugeriu a Netanyahu um cessar-fogo entre Israel e o Hamas. Um funcionário do governo norte-americano afirmou que a decisão de expressar apoio e não exigir explicitamente um cessar-fogo foi intencional.
Desde o início da escalada do conflito na região, o Hamas lançou cerca de 3.700 foguetes contra Israel desde dia 10 de maio, matando 12 pessoas e ferindo 333. Os ataques aéreos do lado israelense mataram ao menos 219 pessoas na Faixa de Gaza e feriram 1.530.