Os deputados federais Dagoberto Pereira (PDT) e Beto Pereira (PSDB) foram os campeões em gastos com a cota parlamentar no primeiro ano da pandemia da covid-19 na Câmara dos Deputados. Por outro lado, Fábio Trad (PSD) reduziu a utilização da verba pública em 83% no ano passado, conforme o Portal da Transparência do legislativo federal.
No total, de janeiro a dezembro de 2020, os oito deputados federais utilizaram R$ 2,089 milhões com a cota parlamentar, verba destinada para o custeio da atividade, como entre outros. Em relação a 2019, quando foram utilizados R$ 2,792 milhões, o balanço parcial aponta queda de 25%.
Desde março do ano passado, quando o Brasil parou diante do novo vírus, devido à alta taxa de transmissão e letalidade, a Câmara passou a realizar sessões virtuais, todos os deputados reduziram os gastos. Cada parlamentar sul-mato-grossense tem direito a R$ 40.542,84 por mês.
Dagoberto foi o campeão em gastos, com a utilização de R$ 411,3 mil. Em relação ao ano anterior, quando torrou R$ 438,8 mil da cota parlamentar, houve redução de apenas 6,2%. O maior gasto do pedetista foi com locação de veículos (R$ 124,8 mil) e consultoria (R$ 120,2 mil). Em terceiro lugar foi o desembolso com manutenção do escritório político (R$ 88,1 mil).
Conforme o Portal da Transparência, Dagoberto Nogueira pagou R$ 10,4 mil por mês com a locação de carro na Rental Locadora. Já houve o pagamento de R$ 10 mil por mês a título de consultoria ao escritório Pereira e Goes Advogados, de Flávio Pereira Rômulo e Carlos Roberto Goes Machado. O gabinete do parlamentar tem assessor jurídico.
Deputado | 2020 | 2019 | Variação |
Dagoberto Nogueira (PDT) | 411.343,03 | 438.843,55 | -6,20% |
Beto Pereira (PSDB) | 407.805,35 | 432.294,56 | -5,60% |
Vander Loubet (PT) | 353.850,87 | 453.653,45 | -21,99% |
Loester Trutis (PSL) | 329.306,82 | 432.617,50 | -23,88% |
Bia Cavassa (PSDB) | 195.157,26 | 279.009,78 | -30% |
Rose Modesto (PSDB) | 170.025,96 | 248.866,11 | -31,60% |
Dr. Luiz Ovando (PSL) | 167.260,73 | 182.140,37 | -8,10% |
Fábio Trad (PSD) | 55.046,16 | 324.535,79 | -83% |
Fonte: Portal da Transparência |
O vice-campeão em gastos foi Beto Pereira, com a utilização de R$ 407,8 mil, redução de apenas 5,6% em relação ao último ano normal, R$ 432,2 mil. O maior desembolso do tucano foi com a divulgação da atividade parlamentar (R$ 152,6 mil), seguido por locação de veículos (R$ 109,2 mil) e combustíveis (R$ 55,6 mil).
Ao longo do ano passado, Beto contratou três agências de comunicação, que receberam de R$ 5,5 mil a R$ 7,5 mil por mês. Em dezembro passado, mês seguinte às eleições, ele destinou R$ 53,5 mil para a RPR Criações Gráficas.
Acostumado a ser campeão em gastos, Vander Loubet (PT) reduziu em 25% a utilização da cota parlamentar no ano pandemia, de R$ 453,6 mil para R$ 353,8 mil em 2020. O maior gasto do petista foi com divulgação (R$ 193,3 mil), seguido por locação R$ 71,2 mil e combustível, R$ 31,8 mil.
O polêmico deputado Loester Trutis (PSL) pisou no freio no segundo semestre e conseguiu reduzir os gastos em 23,88% no ano passado. Com a medida, ele fechou 2020 com a utilização de R$ 329,3 mil da cota parlamentar, contra R$ 432,6 mil de 2019.
Trutis gastou R$ 93,3 mil com a consultoria, pesquisas e trabalhos técnicos, seguido por R$ 87,5 mil com locação de veículos e R$ 64,7 mil com manutenção do escritório de apoio à atividade parlamentar.
Já o deputado Fábio Trad teve destaque positivo ao reduzir em 83% os gastos com cota parlamentar, de R$ 324,5 mil para R$ 55 mil em 12 meses do ano passado. Ele destinou R$ 19,6 mil com divulgação da atividade parlamentar, R$ 17,6 mi com passagens aéreas e R$ 12,6 mil com manutenção do escritório político.
A segunda maior em termos percentuais, de 31,6%, foi de Rose Modesto (PSDB), que passou de R$ 248,8 mil para R$ 170 mil. O 2º menor gasto foi Dr. Luiz Ovando (PSL), que gastou R$ 167,2 mil, contra R$ 182,1 mil no ano passado.