Codinome Patrola: “O laranja dos Políticos de MS”

O empreiteiro André Luiz dos Santos, o Patrola, e outros empreiteiros foram denunciados pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) em 2024 por desvios em contratos de cascalhamento e locação de máquinas que ultrapassam R$ 300 milhões, segundo investigações. A maioria dos contratos foi firmada durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad (PDT).

A denúncia foi feita ano passado pelo MPMS e aguarda análise do juiz Waldir Peixoto Barbosa, da 5ª Vara Criminal de  Campo Grande. Também figuram entre os denunciados o ex-secretário de obras da Prefeitura de Campo Grande, Rudi Fioresi, empreiteiros, supostos laranjas da organização criminosa e servidores na gestão Marcos Trad.

  • ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS: dono da ALS Locações e Terraplanagem Ltda
  • RUDI FIORESE: secretário de obras da gestão de Marquinhos Trad
  • JULIANA PERES VILLALBA: Representante legal de Patrola
  • MAMED DIB RAHIM:empreiteiro ex-sócio da Engenex
  • EDCARLOS JESUS DA SILVA: empreiteiro Engenex
  • PAULO HENRIQUE SILVA MACIEL: empreiteiro Engenex
  • ARIEL DITTMAR RAGHIANT: arquiteto que assinou como ‘responsável técnico’ de obras suspeitas
  • PATRÍCIA DA SILVA LEITE: funcionária da Engenex
  • MEHDI TALAYEH– engenheiro da Prefeitura – Supervisor
  • EDIVALDO AQUINO PEREIRA: servidor público SISEP – Gestor de Projetos
  • ERIK ANTÔNIO VALADÃO FERREIRA DE PAULA: servidor Público Sisep
  • FERNANDO DE SOUZA OLIVEIRA: servidor da Sisep

Patrola: sócio oculto de empreiteiras

André Luiz dos Santos seria o operador do esquema de ‘laranjas’ para comprar as empresas e, assim, vencer todas as licitações de cascalhamento em Campo Grande. Tratam-se de contratos difíceis de aferir a comprovação dos serviços.

André, inclusive, teria ganhado o apelido de ‘Patrola’ justamente por usar basicamente uma patrola para ‘disfarçar’ os serviços contratados na hora da medição, que é sempre realizada por um fiscal do órgão público.

No entanto, as informações apuradas mostram que o empreiteiro teria acesso facilitado pela administração municipal – com ex-secretário e servidores da pasta de obras denunciados – a licitações, e usaria a rede de empreiteiras nas mãos de laranjas para desviar milhões dos cofres municipais com obras que nunca teriam sido realizadas e seriam difíceis de ‘conferir’.

Operação Cascalhos de Areia foi deflagrada em Campo Grande (Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax)

A suspeita da investigação se deu a partir de indícios que comprovariam a transição dos contratos entre empreiteiros, para pessoas que não são do ramo, sempre a preços muito baixos.

Ele é apontado como verdadeiro operador das empresas investigadas. Além disso, segundo denúncia anônima que deu início às apurações, supostamente seria sócio do ex-prefeito Marquinhos Trad no ‘esquema’. O político nega.

Todas as empreiteiras têm contratos desde 2017 na Prefeitura de Campo Grande, ou seja, durante a gestão do ex-prefeito Marquinhos Trad. Os servidores alvos da investigação também foram nomeados pelo ex-prefeito.

À reportagem do site Jornal Midiamax, Marquinhos disse que “todos os contratos de responsabilidade do gestor foram feitos e aprovados pela procuradoria-geral do município e controladoria de transparência. Não fiz e não faço parte dessa relação processual”. Além disso, negou ter praticado qualquer ato ilegal: “Todos os meus atos foram proclamados pelo MP como lícitos e legais”.

Estrada ‘caindo aos pedaços’, cheias de erosões e pontos inundados sem condições de tráfego. Essa é a realidade de trecho de 90 km da rodovia MS-228, no Pantanal. A empreiteira Andre L. dos Santos (CNPJ 08.594.032/0001-74), de André Luiz dos Santos, o Patrola, já recebeu R$ 54.157.489,00 pela execução da obra, que está paralisada no momento.

Denunciado recentemente por corrupção, Patrola é apontado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) como ‘laranja’ de políticos.

A conclusão das condições da via é da equipe técnica do MP e faz parte de Inquérito Civil que apura a regularidade da obra, em Corumbá, cidade a 425 km de Campo Grande. O documento foi anexado aos autos no último dia 17 de janeiro, no entanto, trata-se de vistoria realizada em agosto do ano passado.

As condições de trafegabilidade estão tão precárias que a equipe técnica sequer conseguiu percorrer todo o trecho da rodovia implantada pela empreiteira de Patrola.

Assim, o relatório cobra medidas emergenciais por parte da Agesul (Agência Estadual de Empreendimentos de MS) para, ao menos, o local voltar a ficar trafegável.

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