Trabalho conjunto do governo do Estado do Rio de Janeiro e do Ministério da Justiça e Segurança Pública buscam investigar lavagem de dinheiro de organizações criminosas que atuam no território, a exemplo das milícias que promoveram atentados na última segunda-feira (23), na Zona Oeste do Rio.
Segundo o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, o objetivo da ação é asfixiar financeiramente os grupos.
”É importante prender líderes de organizações criminosas? Claro que sim. Isso resolve o problema? Claro que não. Precisamos quebrar a espinha dorsal do crime, asfixiando as estruturas financeiras e reduzindo o seu potencial ofensivo. É nisso que estamos trabalhando. Todos os dias”, escreveu o secretário na tarde desta quarta-feira (25), por meio da rede social X (antigo Twitter).
O grupo de trabalho (GT) terá participação de representantes de instituições de segurança e controle financeiro, como a Fazenda Estadual, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a Secretaria Nacional de Segurança Pública, entre outros. O trabalho será coordenado pela Casa Civil do governo do Rio. Interceptar a lavagem de dinheiro desses grupos é considerado um ponto importantíssimo pelo governador, Cláudio Castro.
”Na semana que vem, esse grupo de trabalho já deve estar instituído, começando a funcionar e dando continuidade a um trabalho que já vinha sendo desenvolvido. Queremos dar um resultado perene, que funcione, que asfixie essas máfias e permita dar uma vida melhor para nosso povo”, afirmou o governador do Rio.
Na terça-feira (24), o líder de um grupo miliciano foi preso.
Relembre o caso
Os moradores e transeuntes que precisaram passar pela Zona Oeste do Rio de Janeiro na última segunda-feira (23) sofreram um pouco mais do que o normal. Após o assassinato de um miliciano, pessoas não identificadas atearam fogo em 35 ônibus e 1 trem da região.
Além da queima de veículos de transporte público, vias foram interditadas.
Terrorismo
Durante uma coletiva realizada no mesmo dia, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou que os presos pelos ataques responderão como terroristas. “Eles estão presos por ações terroristas e, por isso, estarão sendo enviados para presídios federais”, afirmou.
Morte de sobrinho de miliciano
Matheus Rezende, sobrinho do miliciano Zinho, foi atingido por disparos durante confronto com a Polícia Civil na comunidade Três Pontes, na Zona Oeste.
O confronto envolveu policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE). Agentes da Polinter também foram ao local.
Segundo a polícia, Matheus era apontado como o segundo na hierarquia da milícia da região. Faustão, como é conhecido, é o terceiro da família a morrer em confrontos com a Polícia Civil do Rio de Janeiro.
Em 2017, Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morreu em operação da Delegacia de Homicídios da Capital. Em junho de 2021, foi a vez do miliciano Wellington da Silva Braga, de 34 anos, conhecido como Ecko. Ambos eram irmãos de Zinho, que assumiu o comando da organização criminosa quando o último morreu.