O Irã reiterou, neste domingo (15), que não será um mero “espectador” em relação ao que classificou como crimes cometidos em Gaza por Israel, a quem considera um país arqui-inimigo, e advertiu novamente sobre a possibilidade de o conflito se estender à região.
– O Irã não vai ficar como espectador diante da situação – disse o ministro das Relações Exteriores do Irã, Hosein Amir Abdolahian, à rede de televisão catariana Al Jazeera.
O chanceler do Irã resumiu a posição de seu país ao final de uma viagem por países da região como Iraque, Líbano, Síria e Catar para discutir a guerra na Palestina, que começou após um ataque surpresa do grupo terrorista islâmico Hamas que deixou 1,4 mil pessoas mortas em Israel.
Em Doha, Abdolahian advertiu que a possibilidade de outras frentes se abrirem na guerra “aumenta a cada hora” se os bombardeios de retaliação de Israel em Gaza não forem interrompidos e repetiu que “todos os cenários estão sobre a mesa”.
Se o conflito na região se expandir, “os Estados Unidos também sofrerão grandes perdas”, ameaçou ele.
Na viagem regional, Abdolahian reuniu-se com aliados e líderes de grupos pertencentes ao chamado Eixo de Resistência, uma coalizão liderada pelo Irã e composta por organizações militantes palestinas, sírias e libanesas, como o grupo terrorista Hezbollah.
Em uma reunião com o emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani, Abdolahian advertiu que “ninguém pode garantir o controle da situação e que o conflito não se espalhará”.
Além disso, o ministro iraniano parabenizou o líder político do Hamas, Ismail Haniya, com quem se reuniu, pelo que definiu como “vitórias” palestinas.
– O apoio à causa palestina é um dever religioso, humanitário e moral – declarou Abdolahian, que garantiu que Teerã “continuará suas tentativas de impedir os crimes de guerra israelenses”.
Um dia antes, ele alertou em Beirute que os membros do chamado Eixo de Resistência têm seus “dedos no gatilho prontos para atirar” e agirão no “momento certo” se a contraofensiva israelense em Gaza continuar.