Bolsonaristas avaliam como ‘Lava Jato às avessas’ investigações contra Bolsonaro

Em meio a uma atmosfera política cada vez mais carregada, as perspectivas sobre as investigações em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm se dividido entre seus aliados e os políticos da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Enquanto aqueles que apoiaram Bolsonaro durante sua presidência alegam perseguição e até apontam semelhanças com a Operação Lava Jato, os membros da base do atual governo destacam a solidez das evidências e a diferença no tratamento dado às investigações.

Os aliados da base de Bolsonaro do Congresso Nacional têm comparado as investigações em andamento a uma espécie de “Lava Jato às avessas”. Argumentam que o ex-presidente está sendo alvo de um movimento de investigação quase permeado em perseguição e responsabilizam o ministro Alexandre de Moraes.

Sobre possível prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, o deputado federal Marcos Pollon (PL) disse, em post no Twitter, que existe uma narrativa forçada. “O regime que tomou conta do Brasil tenta forjar alguma narrativa para imputar fato criminoso ao presidente Bolsonaro! Esta prática é comum aos integrantes do Foro de São Paulo, inventar crimes para prender opositores. Não pararão enquanto não efetuarem a prisão do Bolsonaro”.

Perseguição 

O deputado estadual Rafael Tavares (PRTB), um dos defensores e seguidores do ex-presidente Bolsonaro, também criticou investigações que visam políticos e aliados do ex-mandatário e que pertencem à direita. “Existe uma perseguição contra a direita, não só contra o Bolsonaro, mas contra todos os seus apoiadores, políticos, ativistas, jornalistas. Nós temos vários casos, como Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio. E agora, temos a situação política também. A Carla Zambelli, Nicolas Ferreira, enfim, o Deltan Dallagnol. A gente percebe que essa é a democracia relativa,  que o Lula falou recentemente, querem destruir qualquer tipo de oposição no Brasil”, desabafou Tavares.

Desabafo 

O deputado estadual João Henrique Catan (PL) disse que operações podem ser semelhantes, mas que não conseguem averiguar desvios de Bolsonaro. 

“Quanto ao modus operandi, as operações podem até se assemelhar, mas a diferença é que eles não se conformam que Bolsonaro não tenha nenhum desvio de recurso público. Nenhuma operação no governo dele, sobre corrupção. Não aceitam ele usar um relógio de plástico no pulso e uma caneta Bic no bolso. Invejam que o povo brasileiro está se doando e enviando Pix, para ajudar a pagar a conta do ativismo”, disse. 

E completou: “foram na casa do Bolsonaro com a desculpa de cartão de vacina para apreender celular e investigar todas as conversas, todos os diálogos. Eles não suportam ver a força do Bolsonaro e a popularidade dele fortalecida pelo reconhecimento público de patriotas que querem liberdade. Deus e pátria em primeiro lugar”. 

João Henrique lembra que acusações são diferentes. “As acusações contra o Lula são muito distintas do que vem sido atribuído ao presidente Bolsonaro. As provas contra Lula têm mais de 3 mil evidências, 13 casos e 80 milhões em propina. Pagamentos em dinheiro, depósitos bancários e imóveis. Um conjunto probatório pra lá de formidável.” 

O parlamentar finaliza, questionando o que recai sobre Bolsonaro. “Abuso de poder político por ter usado a estrutura da Presidência da República para convocar diplomatas para uma reunião, onde levantou dúvidas sobre o nosso sistema de votação? Mandante do 8 de Janeiro, sendo que todos já tiveram inúmeras provas de quem realmente estava por trás de tudo? Comercialização de joias e relógio? Qual o crime? Não há legislação que proíba. Não vão parar enquanto não efetuarem a prisão do presidente Bolsonaro”, conclui João Henrique. 

Com a informação O Estado.

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