A prévia da inflação de julho perdeu força e recuou 0,07%, após taxa de 0,04% registrada em junho, mostram dados revelados nesta terça-feira (25) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Trata-se da primeira deflação para o mês desde 2017 (-0,18%).
Com o resultado, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15) agora acumula alta de 3,19% nos últimos 12 meses, resultado abaixo do centro da meta preestabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 1,75% para 4,75%).
O resultado mensal negativo foi influenciado pela retração nos preços da energia elétrica residencial (-3,45%), após a incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas de julho, de acordo com o indicador calculado entre os dias 16 de maio e 14 de junho de 2023.
Além da energia elétrica residencial (-3,45%), a queda nos preços do botijão de gás (-2,1%) também influenciou a redução de 0,94% do grupo de habitação, um dos que mais impactaram o índice geral. Já a taxa de água de esgoto (+0,2%) está entre os itens que subiram, variação positiva que foi consequência dos reajustes realizados em Belém (PA), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).
Alimentos mais baratos
Entre os grupos analisados pela pesquisa, a segunda maior influência sobre o índice geral de preços partiu dos itens de alimentação e bebidas (-0,4%), cujo resultado é relacionado à deflação de alimentação no domicílio (-0,72%).
Entre os alimentos com preços em queda, destacam-se o feijão-carioca (-10,2%), o óleo de soja (-6,14%), o leite longa vida (-2,5%) e as carnes (-2,42%). Por outro lado, a batata-inglesa (+10,25%) e o alho (+3,74%) ficaram mais caros neste mês.
Com a alta mais intensa do lanche (de 0,34% em junho para 1,02% em julho), a alimentação fora de casa (+0,46%) acelerou em relação ao mês anterior (+0,29%). Já a refeição (+0,17%) desacelerou na mesma comparação.
Gasolina mais cara
Com alta de 0,63%, o grupo de transportes impediu que a deflação apurada em julho fosse mais significativa. O avanço dos preços é explicado pelo aumento de 2,99% da gasolina (2,99%), que teve o maior impacto positivo (0,14 ponto percentual) entre os subitens pesquisados.
O gás veicular também ficou mais caro entre os momentos da pesquisa (0,06%), enquanto o óleo diesel (-3,48%) e etanol (-0,7%) tiveram deflação. Com esses resultados, os combustíveis tiveram alta de 2,28% no mês.
Ainda no grupo de transportes, houve alta de 4,7% nos preços das passagens aéreas, que já haviam subido 10,7% em junho. Do lado das quedas, destacam-se o automóvel novo (-2,34%) e o automóvel usado (-1,05%), além do ônibus urbano (-0,72%), com o impacto da retração de 25% das tarifas em Belo Horizonte (-5,17%).