O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) sempre divulga sua cesta básica — a cesta básica da reforma agrária — como saudável, de baixo custo e acessível a todos. Isso não é verdade. Pelo menos em uma das lojas do MST.
A reportagem de Oeste visitou o Armazém do Campo, butique do MST em um bairro central da cidade de São Paulo. Encontrou prateleiras vazias, com poucos produtos à disposição. Nem metade dos produtos da lista que compõe a cesta básica são comercializados. Isso inclui pão francês, carne e ovos, por exemplo.
Os preços, porém, se assemelham aos de um empório chique da capital paulista. A reportagem encontrou açúcar por R$ 130 o quilo. No supermercado, um quilo do produto pode ser comprado por até R$ 4, na embalagem individual. O quilo do feijão na butique do MST sai por R$ 15 — 50% mais caro do que o preço cobrado nos mercado comuns.
Já 500 gramas do café da reforma agrária — da marca Guaií Sustentável — custam R$ 47. As marcas tradicionais de café podem ser encontradas por R$ 17.
O MST se apresenta como o maior produtor de arroz orgânico do Brasil. A safra dos assentados, contudo, que em 2022 fechou em 15,5 mil toneladas, não conseguiria alimentar o Brasil nem por um único dia, como mostra a reportagem. Além disso, o produto custa muito mais caro do que o tradicional.
O empório do MST também comercializa produtos importados, afastando a ideia de comercializar apenas o que for produzido pelos militantes assentados. A reportagem encontrou azeites da Espanha e da Itália ao custo de cerca de R$ 50 o meio litro.
A loja do MST também vende cervejas com embalagens estampadas com fotos de Fidel Castro, Olga Benário e Antonio Gramsci e cachaça. Uma das marcas, a Vidas Secas, tem um rótulo homenageando Lula.
Também se pode encontrar camisetas com a imagem de Lula, canecas e bonés com o símbolo do PT e diversos artigos com o emblema do MST. Há uma seção só de acessórios e suvenires.