A chegada da frente fria na segunda-feira (12), já era monitorada pelas equipes da Secretaria de Assistência Social desde a semana passada, com isso foi possível conferir os estoques de cobertores e reabastecer as unidades de acolhimentos, Cras e as 11 equipes do Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) que atuam na busca ativa e atendendo denúncias da população. Do dia 12 até a manhã desta quinta-feira (15), já foram realizadas 376 abordagens, 293 acolhimentos e entregues 392 cobertores. Além disso, o Fundo de Apoio à Comunidade (FAC), entregou mais de 50 agasalhos aos acolhidos da UAIFA I, localizada no Jardim Veraneio, fruto da Campanha do Agasalho que está sendo realizada pela Prefeitura. “Acompanhamos as mudanças climáticas constantemente, por isso nos antecipamos e organizamos toda a equipe porque já sabemos que a demanda de acolhimento aumenta. As unidades estão estruturadas com mais vagas, cobertores e agasalhos, frutos de doações. Mas para que nosso trabalho seja completo, é fundamental nesse período de frio severo, que a população também ajude, apontando os locais com pessoas em situação de rua para irmos até elas e levar nossos serviços”, ressaltou o secretário de Assistência Social do município, José Mário Antunes. Para que os canais de atendimento cheguem à população, o secretário ressaltou que toda a equipe realiza um trabalho constante de divulgação nas redes sociais e grupos de aplicativos de mensagens instantâneas de suas unidades.
O resultado tem sido um aumento de até 50% no número de ligações nos dois celulares disponibilizados pelo Seas. Só na manhã desta quinta-feira (15), das 23 abordagens realizadas pelas equipes, 18 partiram de registros da população. Também a Superintendência de Proteção Social Básica mobilizou os coordenadores de Cras para que acompanhem as demandas da comunidade de seus territórios de atuação para garantir a entrega de cobertores às famílias. Toda essa dinâmica é realizada por meio de grupos de WhatsApp e em contato direto com os usuários que frequentam as unidades de Cras, que também estão oferecendo suporte aos Centros de Convivência e Centros de Convivência do Idoso.
Fortalecimento
Todo o empenho e união de esforços das equipes refletem no fortalecimento da rede de atendimento e principalmente na qualidade do atendimento aos usuários. Há três dias acolhido na UAIFA I, Cristiano da Silva, 36 anos, comentou sobre os serviços recebidos na unidade. “Não tenho do que reclamar, recebemos tudo que precisamos aqui e nesse frio o atendimento é especial, só tenho a agradecer a toda equipe”, pontuou. Já Cláudio Ribeiro, 49 anos, está há 15 dias na unidade, vindo de São Paulo. “Estou de passagem, mas por onde eu tenho andado não encontrei um lugar que ajudasse tanto a gente como aqui”, frisou. Também morando temporariamente na Capital, Jairo Gonçalves da Silva, 49 anos, foi acolhido na UAIFA e espera a frente fria passar para seguir viagem. “Se não estivesse aqui, estaria na rua tomando chuva, desabrigado”, comentou.
Trabalho do Seas
O Serviço Especializado em Abordagem Social (Seas) atende as demandas da população e realiza buscas ativas por meio de 11 equipes que se revezam em turnos nos sete dias da semana. As ações de abordagem e oferta do serviço de acolhimento ocorrem 24 horas e são realizadas por educadores sociais e psicólogos. Os profissionais oferecem os serviços da Rede de Assistência Social do município disponíveis nas duas Unidades de Acolhimento Institucional para Adultos e Famílias (UAIFA’s), além da Casa de Passagem Resgate, que acolhe os estrangeiros e migrantes, e a Casa de Apoio São Francisco. Nas unidades, os usuários podem realizar a higiene pessoal em banheiros adaptados e dispõem de dormitórios em alas separadas. Há, inclusive, área reservada para as famílias. Também recebem roupas e agasalhos doados pela população, alimentação, passam por atendimento psicojurídico social e são encaminhados para serviços da rede de atendimento municipal. As equipes ainda orientam quanto a solicitação de documentos e encaminhamento para oportunidades de trabalho, em parceria com a Funsat.
Dinâmica
Ao receber a informação via telefone celular, as equipes, que ficam sediadas no Centro POP, vão até o endereço indicado para fazer a oferta do acolhimento. No local é feito um relatório sobre a situação do usuário, caso ele seja encontrado no ponto indicado. Independente de localizar a pessoa, a equipe faz uma devolutiva para a pessoa que acionou o serviço. Já na busca ativa, as ações acontecem em diversos pontos da área central, viadutos e próximo ao antigo terminal rodoviário. O objetivo é convencer a pessoa a sair das ruas, mas há uma parcela que recusa o atendimento, na maioria das vezes devido ao uso de substâncias psicoativas.