O MDB mudou de estratégia depois de consultar pesquisas encomendadas para a escolha do vice de André Puccinelli. Os números da consulta popular sugerem a indicação de uma mulher para compor a chapa majoritária, e André já começou as conversas com duas mulheres de Dourados, ligadas ao setor empresarial e ao agronegócio. A ideia é procurar uma vice sem militância política.
André quer apostar em uma estreante na política para mesclar a sua experiência administrativa com a renovação, representada pela sua parceira de chapa.
Como não há muito tempo para montagem da chapa, André tem até o dia 4 de agosto para escolher a sua vice. Antes, o ex-governador havia convidado o vereador de Campo Grande, Papy, presidente regional do Solidariedade para vice.
Mas sem fechar questão, porque André estava esperando pelas pesquisas para orientá-lo a definir o melhor caminho. E o caminho apontado foi uma mulher.
Papy admitiu a resistência em fechar em torno do seu nome por falta de consenso, porque o núcleo duro da campanha de André buscava outra alternativa para ampliar a soma de votos.
O MDB avaliava com cautela qual seria a vantagem eleitoral de ter Papy na chapa. Ele representa uma parcela do eleitorado evangélico, mas esse setor está muito dividido entre Eduardo Riedel (PSDB); Rose Modesto, que é evangélica (União Brasil); Marquinhos Trad, também evangélico (PSD); Capitão Contar (PRTB); e o próprio André Puccinelli.
As pesquisas mostram ser mais vantajoso ter uma mulher como vice de Puccinelli, sobretudo se for da região da Grande Dourados, porque com Papy ou sem ele o ex-governador e pré-candidato a voltar ao cargo manteria, em tese, o mesmo tamanho da votação da ala evangélica.
O presidente regional do MDB, Junior Mochi, confirmou as conversas com mulheres de Dourados. Mas não quis adiantar nada sobre em que pé estão as negociações.
“Temos até o dia 4 de agosto para definir quem será a mulher que será vice de André”, comentou, uma vez que no dia 5 será realizada a convenção do MDB para homologação da chapa.
SENADO
Com a definição de escolher uma mulher de Dourados, preferencialmente, para ser vice de André Puccinelli, o MDB indicará Carlos Marun, ou o ex-prefeito de Costa Rica Waldeli dos Santos para concorrer ao Senado.
As pesquisas vão mostrar o melhor nome para ser levado para a convenção. Como não tem aliados de peso, André Puccinelli pode acabar montando chapa pura do MDB na majoritária para disputar o governo do Estado.
PALANQUE
No plano da candidatura federal, o MDB de Mato Grosso do Sul, casa da pré-candidata à Presidência da República pelo partido Simone Tebet, também prefere não garantir que ela será a única candidata a ter o apoio do grupo nestas eleições.
No início do mês, o diretório regional liberou os integrantes do partido para apoiarem quem quiserem para presidente da República: o atual presidente, Jair Bolsonaro (PL); o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT); ou até mesmo a própria Simone Tebet.
As pesquisas indicam que Puccinelli tem boa aceitação tanto entre os eleitores de Bolsonaro quanto entre os eleitores de Lula.
5 DE AGOSTO
O MDB deve ser um dos últimos partidos a promover sua convenção. A formalização das candidaturas do partido está prevista para ocorrer no dia 5 de agosto, data limite do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a definição das chapas do pleito do dia 2 de outubro.