A Argentina tem uma previsão econômica pessimista, segundo relatório do banco JP Morgan divulgado na terça-feira 5. A instituição financeira apontou que o país reúne as condições para um grande surto inflacionário.
A chegada de Silvina Batakis ao Ministério da Economia desequilibrou as expectativas que ainda existiam para o governo e desencadeou o caos no mercado cambial e financeiro. O banco afirmou que pode ocorrer a eclosão da hiperinflação moderna — a principal razão é o desequilíbrio na macroeconomia: o superávit monetário de pesos em circulação e o déficit fiscal insustentável.
Embora não haja um parâmetro único para determinar o ponto em que a própria hiperinflação ocorre, durante o século XX havia uma convenção para entender a hiperinflação como o aumento mensal dos preços acima de 50%. Mas, em termos modernos, isso pode ser relaxado por parâmetros menos rigorosos.
Para evitar o colapso, o relatório da financeira explica que isso só será possível por meio de um amplo programa de estabilização, mas o atual governo não é capaz de realizá-lo.
“O caminho a seguir parece instável, tornando qualquer ajuste ortodoxo politicamente caro e, portanto, inviável”, destacou a instituição.
Desconfiança sobre a economia é recorde
O nível do risco-país da Argentina subiu para um pico recorde de 2.654 pontos-base na quarta-feira 6. O motivo é a crescente desconfiança sobre a economia doméstica e às consequências de tensões dentro da coalizão política no poder.
Esse indicador, compilado pelo banco JP Morgan, já havia atingido um pico de 2.593 pontos-base um dia antes, quando os preços dos títulos soberanos do país despencaram 3,6% devido a mudanças na equipe econômica do governo.
Nova ministra
Silvina Batakis substituiu Martín Guzmán na liderança do Ministério da Economia da Argentina no domingo 3, depois que ele renunciou ao cargo. Ela é aliada da vice-presidente do país, Cristina Kirchner.