A Europa deve se preparar para um corte completo do gás russo e criar planos de emergência para suprir a demanda. O alerta foi feito nesta quarta-feira, 6, pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
“Precisamos nos preparar agora para mais interrupções e até mesmo um corte total do fornecimento de gás russo”, disse Von der Leyen ao Parlamento Europeu, em Estrasburgo, França.
Segundo ela, 12 países já foram atingidos por reduções ou cortes totais no fornecimento de gás, à medida que o impasse político entre o bloco econômico e Moscou se intensifica.
“Putin continua usando a energia como arma. É por isso que a Comissão está trabalhando em um plano de emergência europeu”, disse ela. “Precisamos garantir que, em caso de interrupção total, o gás flua para onde é mais necessário”, observou Von der Leyen.
Os países já concordaram que todo o armazenamento de gás natural no bloco deve ser complementado em pelo menos 80% da capacidade para o próximo inverno, para evitar escassez durante a estação.
A invasão russa à Ucrânia fez a UE repensar suas políticas energéticas e cortar os laços com os combustíveis fósseis da Rússia. Os países membros concordaram em proibir 90% do petróleo russo até o fim do ano, além das importações de carvão, que começarão em agosto. No entanto, não incluiu o gás — um combustível usado para abastecer fábricas e gerar eletricidade — em suas próprias sanções, por medo de prejudicar seriamente a economia europeia. Antes da guerra na Ucrânia, o bloco econômico dependia da Rússia para 25% de seu petróleo e 40% de seu gás natural.
Para reduzir o uso da energia russa, a Comissão vem diversificando os fornecedores. Desde março, as exportações globais para a Europa aumentaram 75% em relação a 2021. Já dos EUA para o continente, quase triplicaram.