MS tem três mulheres no radar para a corrida pela Presidência da República

As senadoras Simone e Soraya e a deputada e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina devem concorrer por partidos rivais

Três sul-mato-grossenses, das quais duas senadoras e uma deputada federal, têm sido sondadas para compor chapas que concorrerão à Presidência da República em outubro, feito inédito na política brasileira.

A senadora Simone Tebet (MDB) foi quem puxou a fila. Desde novembro, ela se tornou a opção número um de seu partido para disputar a Presidência como cabeça de chapa. 

Sua pré-candidatura foi confirmada na semana passada pelos diretórios nacionais do MDB, PSDB e Cidadania.

Depois, surgiu o nome da senadora Soraya Thronicke como provável pré-candidata a vice-presidente na chapa do pré-candidato ao Planalto Luciano Bivar, colega de partido dela, o União Brasil.

A terceira a entrar na lista, também na condição de vice, é a deputada federal e ex-ministra da Agricultura Tereza Cristina (PP), hoje pré-candidata ao Senado por MS.  

Tereza tem sido indicada a “vice ideal” do presidente Jair Bolsonaro (PL), pré-candidato à reeleição.

Não é a primeira vez que a ex-ministra é destacada por interlocutores de Bolsonaro como a “presumível vice” do mandatário.

Em janeiro, período em que ainda ocupava o Ministério da Agricultura, aliados próximos do presidente disseram que Tereza seria a “parceira certa” de Bolsonaro na corrida presidencial. 

No entanto, a indicação parece não ter convencido nem abalado as intenções da parlamentar, que bateu o pé pela pré-candidatura ao Senado.

Já quanto à nova investida em seu nome para compor chapa com Bolsonaro, noticiada ontem pelos principais órgãos de comunicação do País, como Globo e Uol, a ex-ministra repetiu o gesto.

Por meio de sua assessoria de imprensa, a deputada disse ao Correio do Estado, na manhã de ontem (15), que seu propósito certo, hoje, é o de brigar pela única de vaga ao Senado e que não houve convite neste sentido.

“A deputada federal Tereza Cristina está concentrada no exercício do mandato parlamentar e, nos fins de semana, na pré-campanha ao Senado por MS, viajando pelo Estado e participando de encontros, eventos e reuniões”, resumiu a nota enviada pela comunicação da parlamentar.

A nova onda por seu nome como vice ocorre justamente um dia depois de o Real Time Big Data, instituto de pesquisas, divulgar o primeiro levantamento acerca das intenções de voto para o Senado em MS.  

A ex-ministra destaca-se como a primeira colocada, a cinco meses do pleito, com 28%, quase o dobro das intenções de voto obtidas pelo pré-candidato ao Senado pelo PSD, Odilon de Oliveira, que aparece em segundo.

Simone Tebet, confirmada como pré-candidata à Presidência pelo MDB, vem se preparando para a disputa desde o segundo semestre do ano passado. O mandato dela expira em janeiro do ano que vem.

Ainda assim, ela anunciou que não era sua intenção concorrer à reeleição, e sim brigar pelo Planalto.

Já Soraya Thronicke, senadora do União Brasil, é uma das indicadas como vice de Luciano Bivar, há pelo menos um mês. Ela confirmou o convite no sábado (11), em Campo Grande.  

No entanto, Soraya afirmou que seu nome precisa ser examinado pelo comando do partido e aprovado na convenção partidária, que deve ocorrer em julho.  

A senadora adiantou que, se a legenda concordar com sua indicação, ela topa entrar na briga pelo comando do País.

Quem são elas

Simone Tebet (MDB) diz, por meio de suas redes sociais, ter 52 anos de idade, ter nascido em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, e que aos 16 anos de idade foi para a Faculdade Nacional de Direito da UFRJ. 

Em 2002, aos 31 anos, elegeu-se deputada estadual pelo Estado e, em 2004, foi a primeira mulher eleita prefeita de Três Lagoas.  

Em 2008, finalizou a votação sendo reeleita prefeita, com 76% dos votos válidos, afirmou ela. No Senado Federal, liderou a primeira bancada feminina da história e tornou-se presidente da Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher. 

Foi também a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça e a primeira mulher a disputar a presidência do Senado em 198 anos.  

Tereza Cristina (PP) tem 67 anos, licenciou-se do mandato de deputada federal na Legislatura 2015-2019 para assumir o cargo de ministra de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a partir de 1º de Janeiro de 2019, cargo que ocupou até março de 2022.  

Reassumiu o mandato de deputada logo em seguida.

A ex-ministra foi, ainda, secretária de Desenvolvimento Agrário da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo de Mato Grosso do Sul na gestão do governo do emedebista André Puccinelli (2007-2014).  

Em 2014, Tereza foi eleita deputada federal.

Soraya Thronicke estreou na política em 2018, elegendo-se senadora pelo PSL, então partido do presidente Jair Bolsonaro. 

Tem 49 anos de idade e nasceu em Dourados, segunda maior potência econômica de MS.  

Ela graduou-se em Direito pela Unaes Faculdade de Campo Grande (2002) e em MBA em Direito Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (2006). 

Soraya pós-graduou-se em Direito Tributário e em Direito de Família e Sucessões pela Faculdade de Direito Professor Damásio de Jesus.

A senadora, com mandato até 2027, é tida como conservadora nos costumes e liberal na economia. Soraya é presidente regional do União Brasil, legenda criada a partir da fusão do PSL com o DEM.

Mulheres são maioria do eleitorado de MS

De acordo com dados disponíveis no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS), 52,7% do eleitorado sul-mato-grossense é composto de eleitoras. 

Ao todo, são 1.010.882 mulheres aptas a votar, e desse total 41% estão na faixa etária de 25 a 44 anos. Homens somam 905.661. 

As informações foram atualizadas no fim de maio, conforme levantamento da Justiça Eleitoral.

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