Nesta quarta-feira (26), o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse no Fórum Econômico Mundial em Davos que o Brasil está destinado a ser um gigante da energia “limpa e barata” e afirmou que conversou com europeus para possíveis investimentos no país, segundo o jornal O Globo.
“Quinze por cento da nossa energia é eólica e solar e vamos dobrar isso, 65% são de hidrelétrica. Praticamente 80% são energia limpa. Quem vai produzir hidrogênio limpo para a Europa? Porque eles não podem depender do gás natural russo. Nós somos os candidatos, então quem quer produzir energia eólica vem para o Brasil”, afirmou o ministro citado pela mídia.
O chefe da Economia ainda aproveitou a oportunidade para defender a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).
Segundo o jornal, Guedes relatou que conversou com representantes de países como Bélgica e França argumentando que eles barram a entrada do Brasil por serem protecionistas.
“Eu conversei com eles, eu disse que eles precisam nos aceitar antes de se tornarem irrelevantes para a gente. Nós costumávamos ter uma balança comercial de US$ 2 bilhões [R$ 9,7 bilhões] com a França e de US$ 2 bilhões [R$ 9,7 bilhões] com a China no começo do século. Agora, nós trocamos US$ 120 bilhões [R$ 582 bilhões] com a China e US$ 7 bilhões [R$ 33 bilhões] com a França, é irrelevante pra gente”, afirmou.
O ministro ainda declarou que a Europa poderia ficar “isolada” se não se integrasse com outras regiões do mundo, como a América Latina.
“Eu falei para os europeus: vocês perderam a Rússia e agora vocês estão perdendo a América Latina. Vocês ficarão sozinhos se não entenderem que devemos integrar os que ficaram para trás. Nós ficamos para trás, mas agora vamos crescer no eixo de energia verde, digital e segurança alimentar”, acrescentou.