Marcelo Ramos é destituído da vice-presidência da Câmara dos Deputados

Parlamentares devem escolher novo vice-presidente na quarta-feira 25

O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM) não é mais vice-presidente da Câmara dos Deputados. Pelas redes sociais, Ramos acusou o presidente Jair Bolsonaro de tê-lo tirado do cargo.

Marcelo Ramos foi eleito vice-presidente quando ainda era filiado ao PL, mas trocou a legenda pelo PSD depois de Bolsonaro — de quem Ramos é desafeto — filiar-se ao PL.

Pelo regimento interno, a migração faria com que Ramos perdesse sua função automaticamente, o que não ocorreu, depois de o parlamentar recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O PL decidiu contestar a permanência de Ramos como vice-presidente.

Nesta segunda-feira, 23, o ministro Alexandre de Moraes, vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, suspendeu a liminar que mantinha Ramos no cargo. O congressista havia alegado à Justiça que mudanças entre partidos do mesmo bloco parlamentar não levavam à perda de cargo.

“Fui eleito pelo voto de 396 deputados e deputadas e destituído por um e atendendo a uma ordem do presidente da República”, citou o deputado.

Há previsão de uma nova eleição para a quarta-feira 25. A vice-presidência deve voltar para as mãos do PL. O atual mandado da Mesa Diretora vai até fevereiro de 2023.

Marília Arraes (PE) e Rose Modesto (MS) também foram destituídas de cargos na Mesa Diretora. Isso porque elas trocaram, respectivamente, PT e PSDB por Solidariedade e União Brasil.

Rixa entre Marcelo Ramos e Bolsonaro

Ramos e Bolsonaro se estranharam definitivamente durante a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do ano passado, que culminou com o aumento do fundo eleitoral para quase R$ 6 bilhões.

À época, Ramos foi acusado por integrantes da base aliada do governo a não votar em separado um destaque na LDO que liberava o valor bilionário para gasto em campanha.

Ramos presidiu diversas sessões do Congresso Nacional que foram realizadas para a derrubada de vetos impostos pelo presidente Bolsonaro. Este é outro ponto que incomodou o governo junto ao Poder Legislativo.

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