O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a manifestar sua desconfiança sobre o sistema eleitoral brasileiro, em vigor desde 1996. Em entrevista concedida no sábado 16 à CNN Brasil, o chefe do Executivo criticou a postura do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou recentemente a possibilidade de cassar os registros dos candidatos que pusessem em xeque o processo eleitoral do país.
“O Alexandre de Moraes falou que quem desconfiar do processo eleitoral terá o registro cassado e será preso”, lembrou Bolsonaro. “Ô Alexandre, estou desconfiado. Vai me prender? Vai cassar meu registro? Que democracia é essa?”
De acordo com o presidente, o debate é o melhor caminho para tornar o sistema eleitoral brasileiro mais seguro. “Podemos desconfiar de tudo. Quando há debate, podemos aperfeiçoar o processo”, salientou. “Mas isso não ocorrerá por meio da decisão dos ministros. O próprio Luís Roberto Barroso esteve nos Estados Unidos, há pouco tempo, debatendo maneiras de tirar um presidente da República. A gente vê os absurdos que acontecem.”
Bolsonaro também destacou a influência de Barroso no processo de derrubada da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Voto Impresso. A rejeição pelos parlamentares ocorreu em agosto de 2021. “Ele foi à Câmara dos Deputados e interferiu nessa questão”, ressaltou. “A proposta foi derrotada. É uma clara interferência. Ele me trata como inimigo.”
PEC do Voto Impresso
Dias antes da votação da PEC do Voto Impresso, o então presidente do TSE se reuniu com líderes de partidos. Estiveram no encontro Luciano Bivar, ex-PSL e atualmente no União Brasil; Baleia Rossi (MDB-SP); Luís Tibé (Avante); Gilberto Kassab (PSD); e Valdemar Costa Neto (PL). ACM Neto, ex-DEM e atualmente no União Brasil, e Bruno Araújo (PSDB-PE) participaram por telefone. Em nome do PP, compareceu a deputada Margarete Coelho (PI). Pelo Republicanos, o deputado Márcio Marinho (BA).