O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, destacou nesta quarta-feira, 30, que os representantes de Moscou e Kiev progrediram substancialmente nas negociações de paz. Em entrevista à mídia estatal, o chanceler russo ressaltou o momento positivo das conversas, mas negou a confirmação de um acordo de cessar-fogo com a Ucrânia.
Como parte do acordo, Lavrov disse que a Ucrânia está disposta a ficar de fora da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Além disso, Kiev teria aceitado que a Península da Crimeia e as repúblicas separatistas do Donbass, Luhansk e Donetsk, ficassem sob controle do Kremlin.
Mas Oleg Nikolenko, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, salientou que o país só estaria disposto a discutir o status da Crimeia e do Donbass após os russos aceitarem a soberania ucraniana nas duas regiões.-Publicidade-
Negociações em andamento
Na terça-feira 29, o vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, já havia celebrado o progresso nas conversas entre os dois países. “No sentido de fortalecer a confiança mútua e criar as condições necessárias para alcançar o objetivo final de assinar um acordo, tomamos a decisão de reduzir radicalmente as atividades militares nas regiões de Kiev e Chernihiv”, declarou.
O anúncio foi feito depois do fim da rodada de negociações que a Rússia e a Ucrânia realizaram em Istambul, na Turquia.
Apesar da nova reunião, a Ucrânia permanece cética em relação às intenções do presidente da Rússia, Vladimir Putin. Kiev teme que o ex-agente da KGB possa estar usando as negociações como uma cortina de fumaça, a fim de reorganizar suas tropas e preparar uma nova ofensiva contra os ucranianos.