O presidente Jair Bolsonaro condenou neste domingo, 6, as declarações do deputado estadual Arthur do Val (Podemos) sobre as mulheres ucranianas. “São tão asquerosas, que nem merecem comentário”, observou o chefe do Executivo, em conversa com repórteres. Em áudios vazados nas redes sociais, o parlamentar afirma que as mulheres ucranianas são fáceis porque são pobres.
A consequência foi imediata. Na última sexta-feira, 4, a Representação Central Ucraniana-Brasileira pediu ao presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), deputado Carlão Pignatari (PSDB), a cassação do mandato do parlamentar. A instituição reúne organizações civis e religiosas que representam cerca de 600 mil brasileiros descendentes de ucranianos.
Na mesma linha, os líderes do Podemos criticaram as declarações de Arthur do Val. O ex-juiz e ex-ministro Sergio Moro, por exemplo, as qualificou como “incompatíveis com qualquer homem público”. “Jamais dividirei meu palanque e apoiarei pessoas que têm esse tipo de opinião e comportamento”, ressaltou o pré-candidato à Presidência da República. O senador Alvaro Dias e a presidente da sigla, Renata Abreu, subscreveram a afirmação.
A ex-embaixatriz da Ucrânia no Brasil, Fabiana Tronenko, também se pronunciou. “Ele é um ridículo, um cretino”, salientou. “Peço que você tenha mais respeito com as mulheres ucranianas, porque elas não são fáceis. São mulheres decentes, pessoas honradas. Tenha respeito, vagabundo!”
Depois das críticas, Arthur do Val informou que vai retirar sua pré-candidatura ao governo de São Paulo. No Instagram, o deputado admite que o teor dos áudios vazados nas redes sociais é lamentável. “Não são corretos com as mulheres brasileiras, ucranianas e com todas as pessoas que depositam confiança em meu trabalho”, disse, sem ressalvas. “Não tenho compromisso com o erro. Por isso, entrei em contato com a presidente do Podemos, Renata Abreu, para retirar minha pré-candidatura ao governo de São Paulo.”