Tereza Cristina infla o PP e deve pôr Bolsonaro no palanque de Riedel

Ministra da Agricultura levará prefeitos, vereadores e deputados estaduais para o partido, que deve aliar-se com o PSDB

A chegada da ministra Tereza Cristina (Agricultura) ao PP nem sequer foi oficializada – o que deve ocorrer entre os dias 20 e 21 deste mês –, mas já suscitou uma estrondosa repercussão. 

Agora, os progressistas cobiçam expandir a legenda, conquistar vaga no Senado, dobrar as bancadas estadual e federal e dar suporte à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), que poderá subir no palanque do pré-candidato Eduardo Riedel (PSDB). O PP e o PSDB ajeitam parceria na disputa pelo governo desde o ano passado.

Com a ida da ministra para o PP, partido pelo qual Tereza Cristina quer se tornar senadora, de uma só vez, a legenda aumentou de 4 para 18 o número de prefeitos em Mato Grosso do Sul. 

Isso quer dizer que o PP se torna, de imediato, a segunda maior força partidária de MS, ficando atrás apenas do PSDB, do governador Reinaldo Azambuja, segundo cálculos do presidente do partido, deputado estadual Evander Vendramini.

Com a partida da ministra, que era do União Brasil – nova sigla surgida com a fusão do DEM, ex-partido de Tereza, com o PSL –, os progressistas retratam as seguintes estratégias:

1 – Dobrar o número de deputados estaduais, que hoje reúne dois integrantes na Assembleia Legislativa.

2 – Também ampliar a composição na Câmara dos Deputados. Com a filiação da ministra, o PP, que não tinha mandato na Casa, agora conta com dois deputados federais – a própria Tereza Cristina, que havia se licenciado do mandato para assumir o Ministério da Agricultura, e o deputado Luiz Ovando, que era do União Brasil e disse já ter virado progressista.

3 – Conquistar a única vaga ao Senado.

4 – Fortalecer a aliança pela eleição do pré-candidato tucano Eduardo Riedel.

A parceria do PP com o PSDB já era costurada há pelo menos 4 meses, época em que ocorreram seguidos encontros entre a ministra, Reinaldo Azambuja e Eduardo Ridel, que é secretário de Estado de Infraestrutura e pré-candidato ao governo. Nessas reuniões é que manifestou-se a ideia de a ministra concorrer ao Senado e apoiar o candidato tucano Riedel.

DOCUMENTADO

Na manhã desta sexta-feira (4), já circulava no meio político e na imprensa a papelada com os nomes da nova composição do comando regional do PP, que deve assumir depois do dia 20 filiação da ministração.

A lista, composta de 23 nomes dos novos dirigentes do PP, já foi encaminhada à Justiça Eleitoral. Tereza Cristina, que deve deixar o ministério até o dia 1º de abril, presidirá o PP em Mato Grosso do Sul. 

O deputado federal Luiz Ovando será o vice-presidente, e Ademar Silva Júnior, que já integrou o primeiro escalão do governo de Azambuja, assumirá a secretaria-geral do partido.

Na relação, aparecem os nomes dos prefeitos progressistas, ligados à ministra, agora no comando da legenda, entre eles o de Dourados, segundo maior colégio eleitoral de MS, Alan Guedes.

O ainda presidente da sigla deputado Evander Vendramini, que será substituído pela ministra depois do dia 20, disse que até o dia 2 de abril, data permitida para as migrações partidárias, o PP deverá “receber mais filiações, inclusive de políticos com mandatos”.

Ele afirmou que, até 2019, o PP tinha 13 vereadores; hoje, tem em torno de 100. “Vamos crescer mais ainda”, afirmou o parlamentar, acrescentando que o partido tem diretórios em 60 dos 79 municípios.

O deputado informou ainda que o PP deve concorrer às vagas na Assembleia Legislativa com 25 candidatos. Já na disputa por vaga na Câmara dos Deputados, 9 devem concorrer às 8 disponíveis.

Entre os políticos que devem desembarcar no PP está o deputado estadual Londres Machado, que deixou o PSD; e o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck.  

FESTA COM BOLSONARO

Ainda segundo Vendramini, é aguardada a vinda de toda a cúpula nacional do PP e também do presidente Bolsonaro, no dia da filiação da ministra.

A disputa pelo governo de MS deve reunir pelo menos seis candidatos. Até então, estão certas as pré-candidaturas do PSD, que concorre com o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad; o PSDB, com Eduardo Riedel; e o UB, com a deputada federal Rose Modesto.

Também devem entrar na disputa o MDB, com o ex-governador André Puccinelli; o PT, com o ex-governador Zeca; o PL, que ensaia a pré-candidatura do deputado estadual Capitão Contar; e ainda o ex-vereador Marcelo Bluma, do PV.

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