A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, chegou ao Irã nesta quarta-feira, 16, onde cumprirá uma agenda com foco em fertilizantes para o setor agrícola, com foco na importação da ureia iraniana. Ela está sendo acompanhada por uma comitiva de empresários brasileiros.
Ela já se encontrou com o embaixador do Brasil no país, Laudemar Gonçalves Neto, e com o diretor-geral de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Irã, Hooman Fathi. Amanhã, a agenda inclui uma visita à petroquímica Shiraz, uma das maiores produtoras de ureia do país.
“O Brasil é um grande exportador de alimentos para o Irã e o Irã é um grande exportador de fertilizantes, principalmente ureia, para o Brasil. Tenho certeza de que será uma missão muito bem sucedida e muitas oportunidades de negócios surgirão”, disse Tereza Cristina, nas redes sociais.
Em 2020, o Brasil exportou US$ 1,9 bilhão para o Irã em produtos agrícolas, com forte participação de milho (64,4%) e soja em grãos (21,2%) sobre o total. No sentido contrário, as vendas de produtos agropecuários iranianos ao Brasil somaram US$ 2 milhões em 2020, na maioria nozes e castanhas, uvas secas e outras frutas conservadas.
Na semana passada, a ministra foi diagnosticada novamente com a covid-19. Por causa disso, ela precisou ser desligada da comitiva de ministros que acompanha o presidente Jair Bolsonaro na viagem à Rússia, onde a importação de fertilizantes também é um dos temas centrais.
Os russos são responsáveis por cerca de um terço do cloreto de potássio e pela quase totalidade do nitrato de amônia importados pelo Brasil, dois dos fertilizantes mais usados na agricultura.
Atualmente, o Brasil importa mais de 80% dos fertilizantes utilizados no agronegócio. Por causa dessa dependência externa e do risco de desabastecimento de fertilizantes no mercado internacional, que pode afetar a safra de grãos em 2023, o governo federal criou um grupo de trabalho interministerial para discutir o tema.
A ideia é elaborar uma política para ampliar a produção nacional de fertilizantes agrícolas. Uma das iniciativas em estudo é a liberação da exploração das reservas de potássio na Amazônia e também de recursos minerais em terras indígenas.