Nesta terça-feira (1º), o novo presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), José Alberto Simonetti, criticou a Lava Jato em entrevista à Veja. Para ele, a operação foi mal conduzida e deixou um legado “muito negativo”.

– Graças a Deus, a Lava Jato foi desmobilizada. Eu não critico o combate à corrupção, que é uma das pautas da Ordem. O legado da operação é muito negativo pela forma como foi conduzida – criticou.

Segundo ele, os ativos recuperados nas ações de combate à corrupção são menores do que o prejuízo deixado pela operação que, na visão de Simonetti, contribuíram para o aumento do desemprego.

– Houve severas violações aos direitos dos advogados. O instituto da delação premiada foi muito mal utilizado. Argumentam que houve uma recuperação de ativos na casa de 20 bilhões de reais, mas o prejuízo foi muito maior com a quebra de empresas tradicionais do Brasil. Muitos postos de trabalho foram perdidos. Hoje temos 14% de desemprego. Não posso reputar 100% dessa culpa à Lava Jato, mas eu tenho absoluta certeza de que forma como ela foi conduzida contribuiu para isso – apontou.

Simonetti também afirmou que irá trabalhar ao lado do TSE na defesa do modelo eleitoral adotado pelo Tribunal e no combate às fake news, o que chamou de “câncer da democracia”.

Recentemente, Alexandre de Moraes, que presidirá a Corte este ano, disse que o candidato que disseminar este tipo de conteúdo poderá ter a chapa cassada e ser preso.

O advogado disse não haver elementos que justifiquem uma discussão sobre o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e declarou acreditar que não existe a possibilidade de uma ruptura institucional no país.

– A democracia brasileira é sólida, e a Ordem sempre estará vigilante – afirmou.