Os três senadores de Mato Grosso do Sul foram responsáveis por consumir mais de R$ 14,2 milhões para executar suas ações parlamentares apenas durante os 12 meses de 2021. Os números constam no Portal da Transparência do Senado Federal e foram levantados pela reportagem do Correio do Estado.
Tais recursos repassados são usados tanto para pagamento de gastos extras como para o salário de servidores comissionados nos gabinetes dos parlamentares federais. Ao todo, são 116 funcionários divididos pelos três senadores.
No topo da lista de gastos aparece o ex-prefeito de Campo Grande Nelsinho Trad, que também é o presidente regional do PSD. Ele emprega, ao todo, 68 comissionados em seu gabinete em Brasília (DF) e em escritório de apoio no Mato Grosso do Sul.
Apenas para quitar tais gastos, Nelsinho utilizou R$ 6,5 milhões no ano passado – somando os demais gastos, o parlamentar pessedista chega a marca de R$ 7,3 milhões .
Já o pagamento do próprio salário, de R$ 33,7 mil mensais, recebeu aporte de R$ 404,4 mil no ano – o mesmo valor se repete para os outros senadores.
Além disso, ele ainda foi responsável por gastar R$ 470 mil em verba parlamentar no decorrer dos 12 meses passados em materiais de consumo, diárias, combustíveis e outros gastos inclusos na verba para exercício da atividade parlamentar, como aluguel de imóveis, locomoção, hospedagem e contratação de serviços.
O levantamento feito pelo Correio do Estado ainda aponta que Nelsinho, sozinho, gastou mais que as outras duas senadoras sul-mato-grossenses em 2021: Soraya Thronicke, que preside o PSL-MS, gastou cerca de R$ 3,5 milhões, enquanto Simone Tebet, que é pré-candidata do MDB à Presidência da República, gastou R$ 3,4 milhões.
No caso de Soraya, são 18 comissionados atuando em Brasília e oito em escritório de apoio, número que chega a R$ 2,9 milhões anual de gastos com pagamento de funcionários de seu gabinete. Já os gastos extras e com diárias ficaram em R$ 193 mil.
Já Simone Tebet é a que apresenta menores valores, mas ainda assim próximos do de Soraya: com pessoal ela gastou R$ 2,77 milhões durante os 12 meses do ano passado, enquanto os gastos extras ficaram na marca dos R$ 270 mil. Atualmente, Simone emprega 14 comissionados em Brasília e cinco no escritório de apoio.
Todos os dados utilizados na matéria estão abertos no site da Transparência do Senado.
CÂMARA FEDERAL
Conforme já revelado na edição de ontem do Correio do Estado, outro órgão do Legislativo federal a consumir excessivas quantias dos cofres públicos apenas para manter suas atividades é a Câmara dos Deputados – parlamento este que conta com oito representantes sul-mato-grossenses.
O levantamento indica que em 2021 eles gastaram R$ 15,8 milhões com salários, diárias, combustíveis, entre outros pagamentos.
A maior parte da verba foi usada para pagar os funcionários comissionados dos gabinetes – R$ 9,4 milhões. Ao todo, os deputados federais de MS empregam 215 pessoas.
No quesito verba de gabinete, Beto Pereira (PSDB)foi o campeão. Conforme os dados contabilizados até ontem pela Câmara, em 2021, seus assessores custaram R$ 1.225.904,29 (99,79% do valor disponível) aos cofres da Câmara.
Ao longo do ano, 29 pessoas trabalharam para Pereira em Brasília e em escritórios em Mato Grosso do Sul para atendimento.
Da cota parlamentar, os oito deputados federais do Estado gastaram R$ 2,9 milhões. Quem criou mais despesas foi Loester Trutis (PSL), utilizando R$ 466 mil.
Beto Pereira foi o segundo que mais gastou dinheiro nesta modalidade (R$ 436 mil). Completam a lista, Luiz Ovando (PSL), com R$ 426,6 mil; Vander Loubet (PT), R$ 413 mil; Bia Cavassa (PSDB), R$ 339,1 mil; e Rose Modesto (PSDB), R$ 325,9 mil.