O Brasil é o país com maior investimento público no financiamento de partidos políticos e campanhas eleitorais. A análise do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) compara gastos anuais de 26 países.
Antes mesmo da aprovação do novo fundão eleitoral, o Brasil já era o país que mais gastava — US$ 446 milhões anuais.
A liderança brasileira no uso de recursos públicos para o financiamento partidário e eleitoral fica ainda mais distante do segundo colocado no ranking após o Congresso Nacional ter rejeitado o veto do presidente Jair Bolsonaro — o valor de R$ 5,7 bilhões acabou mantido. Em dólares, como foi feito o comparativo, isso significa algo em torno de US$ 675 milhões, ou seja, duas vezes mais que o segundo colocado, o México, que gasta US$ 307 milhões por ano.
No topo da lista aparecem ainda Japão (US$ 300 milhões) em terceiro lugar, seguido de Alemanha (US$ 201 milhões), Espanha (US$ 116 milhões), Bélgica (US$ 82 milhões) e França (US$ 79 milhões).
Em comparação aos países vizinhos, a diferença é ainda maior. O Brasil gasta 29 vezes mais que o Chile (US$ 23,27 milhões) com campanhas e partidos. A Argentina desembolsa US$ 12,5 milhões.
Distribuição de recursos
O Fundo Eleitoral foi criado pelo Congresso Nacional como forma de compensar a proibição da doação por pessoas físicas estabelecida pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os recursos são destinados aos partidos seguindo critérios estabelecidos pela legislação eleitoral. Ao chegar aos diretórios nacionais, as legendas têm autonomia para definir as regras de distribuição dos recursos, desde que informem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).