Roberto Jefferson: ‘Pretendo disputar o Senado’

Em carta escrita na prisão, ex-deputado afirma que eventual candidatura daria uma forte ajuda ao presidente Jair Bolsonaro

O ex-deputado Roberto Jefferson (RJ), presidente afastado do PTB, pretende disputar uma vaga no Senado Federal em 2022. O desejo foi revelado pelo próprio ex-parlamentar, em uma carta escrita no complexo penitenciário de Bangu, no Rio, e endereçada a um aliado. As informações são do jornal O Globo.

Na carta, Jefferson afirma que sua eventual candidatura ao Senado “daria uma forte ajuda” ao presidente Jair Bolsonaro.

“Pretendo disputar o Senado no ano que vem. Daria uma forte ajuda ao Bolsonaro como freio ao STF. Você viria como meu suplente”, escreveu Jefferson a um amigo identificado apenas como José Carlos.

No bilhete, o ex-comandante do PTB, porém, faz uma ressalva: “Caso eles empurrem meu encarceramento até as eleições, precisarei mudar o projeto”. A carta foi enviada na quinta-feira 16.

Roberto Jefferson está preso desde agosto deste ano, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-deputado é alvo de um inquérito que apura a suposta existência de uma “milícia digital” que promoveria ataques contra as instituições e a democracia.

Jefferson, na carta, voltou a se referir a Moraes como “Xandão” e acusou o ministro do STF de ter relação próxima como o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro petista José Dirceu.

“Xandão e Valdemar têm como amigo e consultor Zé Dirceu. A coisa está vindo por aí”, escreveu.

No documento, Jefferson também manifesta preocupação com a decisão da subprocuradora-geral da República Lindôra Araújo, que, na semana passada, defendeu a manutenção da prisão do ex-parlamentar.

“Lindôra, mudando todas as suas posições, se manifestou pela continuidade da minha prisão preventiva”, anotou.

O STF manteve a prisão preventiva do presidente afastado do PTB, rejeitando pedido apresentado pela defesa do ex-deputado, que solicitava a revogação da medida ou a progressão para o regime domiciliar.

Segundo Moraes, a prisão de Jefferson ainda é “necessária e imprescindível à garantia da ordem pública e à instrução criminal”.

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