O kirchnerismo foi o grande derrotado nas eleições legislativas que ocorreram no último domingo, 14, na Argentina. A coalizão Frente de Todos, comandada pela ex-presidente Cristina Kirchner, deixou de ser maioria no Senado — algo que não acontecia desde 1983. Na prática, isso significa que a esquerda portenha terá de negociar com a oposição para aprovar projetos.
A explicação desse castigo eleitoral está na realidade. A catastrófica gestão dos peronistas, que foram emparedados pela pandemia e pela crise política. No ano passado, a Argentina adotou um dos mais severos lockdowns do mundo, mas os índices de contaminação e mortes não arrefeceram.
Na economia, a situação não fica melhor. O governo fechou as fronteiras, impediu a abertura do comércio e trancou a população dentro de casa. Poucos meses depois, com o fim das restrições, os principais índices econômicos do país ficaram em frangalhos. A retração de quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) é um símbolo da inépcia de Fernández.
As coalizões lideradas pelo ex-presidente Mauricio Macri (Juntos por el Cambio) e pelo economista libertário Javier Milei (La Libertad Avanza) foram as grandes beneficiadas com a derrocada peronista. Os resultados observados nas eleições legislativas podem mudar os rumos da disputa pela Casa Rosada, que ocorrerá em 2023.