O juiz de primeira instância mais famoso da história do Brasil, alçado à condição de herói combatente da corrupção na política, cada vez mais se deslumbra com a ideia de ser candidato à presidência e se une com velhas raposas do Brasil. Após êxito na prisão do petista Lula e alcançar o status de Ministro da Justiça do Governo Bolsonaro, Sérgio Moro
quer bater suas asas e agora quer ser presidente do Brasil.
O que nos faz refletir se Moro realmente foi um acaso, ou se foi, um caso pensado. Um plano B para o establishment! Um juiz de primeira instância que sempre teve bom trânsito com grandes figurões da política e agora está se reencontrando com todos eles novamente, justamente, um ano antes da eleição. Estranho não?
Mas certamente há fatos indiciários. É fato que Moro costuma prestigiar eventos de membros do PSDB, como João Dória Jr. e Pedro Taques. Fotos de Moro sorrindo ao lado de Aécio Neves, José Serra, do próprio Dória, entre outros, são fatos que estão na imprensa.
Deslumbrado com o status de herói que combate os vilões da corrupção, Moro não pensou duas vezes antes de ir para Nova York e posar para os fotógrafos ao lado do então candidato a governador que acabou abandonando uma gestão na prefeitura atolada em denúncias de corrupção. Na mesma época, em uma festa de premiação da câmara de comércio, Moro não deixou de marcar presença em um evento do Lide, empresa de lobby da família de Doria, em Nova York. Não chega a ser uma novidade, Moro é habitué em eventos organizados por políticos do PSDB.
Em 2015, ele foi homenageado pela empresa de Doria. É curioso notar como Moro costuma cair em contradição quanto tenta explicar sua presença ao lado de tucanos. Poucos dias antes de posar para a foto ao lado de Doria nos EUA, Moro afirmou ter se arrependido de aparecer rindo e cochichando com Aécio Neves.
No fim de 2016, Moro participou de evento comemorativo do governo do Mato Grosso, convidado pelo governador Pedro Taques (PSDB) — o primeiro governador a apoiar o impeachment de Dilma e que hoje se vê rodeado por acusações de corrupção.
O JANTAR COM OS VELHOS ALIADOS
O ex-juiz Sergio Moro se encontrou, em São Paulo, com o governador João Doria e o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Os três jantaram juntos e discutiram o cenário político para as próximas eleições.
Antes desse encontro, Moro também esteve reunido com integrantes do MBL para debater possíveis alianças para 2022. O grupo teria aconselhado o ex-juiz a montar um bloco político consistente, além do Podemos, que já abriu espaço para a filiação de Moro. Segundo a publicação, o ex-juiz estaria inclinado a disputar uma vaga no senado, apesar de ainda não descartar totalmente sua candidatura à Presidência da República. A decisão deve ser anunciada somente em novembro.
ALIADOS DE FICHA SUJA
O deputado federal por Mato Grosso do Sul, Luiz Henrique Mandetta (DEM), é investigado por crimes relacionados à aquisição e instalação do Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde (Gisa). O sistema de informática foi comprado quando o parlamentar era secretário municipal de Saúde de Campo Grande.
A investigação foi proposta pela Procuradoria Geral da República, em Brasília, é supervisionada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e realizada pela Polícia Federal (PF), porque Mandetta é deputado federal. Consta no STF que está em apuração contra o parlamentar crimes da lei de licitações, crimes praticados por particular contra a administração em geral e tráfico de influência. A investigação está em andamento desde o início de fevereiro e já foi determinado à PF
realização de diligências e oitivas.
Além de Mandetta, o governador de São Paulo, João Dória, se encontra em meio a uma polêmica por supostamente ter beneficiado e atuado em prol do grupo empresarial Lide, criado por ele em 2003 e que tem como dirigente seu filho, João Doria Neto. De acordo com a denúncia, Doria teria oferecido um jantar, quando eleito, no Palácio dos Bandeirantes, organizado por Marcelo Braga Neto, amigo pessoal, seu ex-advogado e até então membro executivo da Lide China.
Ao MP, os parlamentares que pediram a investigação do caso, alertam para favorecimento de um grupo único gerando uma relação possivelmente ilegal entre público e privado.