A falta de combustível no Reino Unido agravou-se no último fim de semana. Motivada pelo pânico, a população compareceu em massa aos postos locais para abastecer seus veículos, mas não encontrou gasolina e diesel em quantidade suficiente. Nas redes sociais, imagens de cidadãos brigando em frente aos estabelecimentos circularam aos montes.
De acordo com o governo britânico, a principal causa do problema não é exatamente a escassez de combustível, mas o baixo número de caminhoneiros, que são responsáveis por levar o produto aos consumidores. Estima-se que cerca de 90 mil motoristas de veículos pesados são necessários para abastecer adequadamente a nação insular, segundo a associação Logistics UK.
A situação piorou porque um grande contingente de caminhoneiros que trabalhavam no Reino Unido pertencia a países da União Europeia. Antes, os motoristas circulavam sem restrições. Com a consolidação do Brexit, as novas burocracias na fronteira passaram a limitar o fluxo dos trabalhadores do setor.
Para resolver o imbróglio, o primeiro-ministro Boris Johnson anunciou na última segunda-feira, 27, que o Exército receberá treinamento para ajudar na distribuição de combustível — caso seja necessário. Além disso, o governo britânico oferecerá 5 mil vistos para motoristas de outros países trabalharem temporariamente até o Natal.
Para a alegria dos britânicos, a crise já começa a dar sinais de arrefecimento. Conforme a Associação de Revendedores de Petróleo, que representa fornecedores independentes de combustível, cerca de 27% dos 5.450 postos monitorados estavam sem gasolina ou diesel na quarta-feira 29. Na terça-feira 28, eram 37%. Na segunda-feira, 66%.
Segundo as companhias petrolíferas BP, Royal Dutch Shell e Exxon Mobil, “há muito combustível nas refinarias e terminais do Reino Unido”.