Mídia da China sugere envio de navios de guerra para águas dos EUA em meio a tensões no Pacífico

Supõe-se que essa manobra militar ousada seria uma resposta às incessantes missões de “liberdade de navegação” da Marinha dos EUA, frequentemente realizadas nas águas disputadas do mar do Sul da China controladas em grande parte por Pequim.

China deveria responder às contínuas provocações dos militares dos EUA no mar do Sul da China e enviar seus navios de guerra às águas próximas das bases militares americanas na região de Ásia-Pacífico e para as águas costeiras de seus aliados, avança um editorial do jornal estatal chinês Global Times.

De acordo com a publicação, Pequim deve “tomar medidas” e criar capacidades para executar operações de reconhecimento nas águas consideradas territoriais pelos EUA e seus aliados segundo as leis internacionais.

“Só fazendo com que os EUA provem seu próprio remédio é que podemos tocar no ponto sensível de Washington e seus aliados e redefinir a compreensão do mundo ocidental da intimidação dos EUA no mar do Sul da China […] EUA verão definitivamente o ELP [Exército de Libertação Popular] aparecer a sua porta em um futuro não muito distante”, sugere jornal chinês.

O editorial cita um recente incidente que envolveu um destróier de mísseis guiados dos EUA, USS Benfold, que navegou a apenas 12 milhas náuticas (22 km) do recife Meiji – uma das ilhas artificiais construídas por Pequim nas águas disputadas e que abriga alguns dos equipamentos militares chineses.

Porta-aviões USS Theodore Roosevelt (CVN 71) na Base Naval de Guam

MARINHA DOS EUAPorta-aviões USS Theodore Roosevelt (CVN 71) na Base Naval de Guam

China insiste que este equipamento tem propósito puramente defensivo, mas Washington alega que Pequim, por suas ações, está restringindo o acesso ao mar do Sul da China, justificando assim o envio de navios de guerra americanos para as chamadas missões de “liberdade de navegação” na região.

“Há muitos chineses e instalações no recife Meiji, e o navio de guerra dos EUA que navegou tão perto claramente representou uma ameaça. O lado chinês não pode permanecer indiferente, mas deve tomar contramedidas” defende editorial.

Por fim, o jornal ressalta que as contínuas provocações dos EUA, mais cedo ou mais tarde, resultarão em um “incidente” entre os dois países, acusando Washington de trazer mais caos do que ordem para a região do mar do Sul da China.

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