A implantação do passaporte da imunidade é debatida pela União, Estado e município. Nas ruas de Campo Grande, a obrigatoriedade da imunização para entrar em bares, shows, eventos e estabelecimentos comercias é vista como uma forma de diminuir a propagação do coronavírus, mas há quem diga que a decisão de frequentar os locais imunizado ou não é individual e não deveria partir do poder público.
Para a atendente Fabiana Garcia, de 20 anos, a implantação da medida ajudaria a diminuir o risco de morte. “Sou a favor, de qualquer jeito você pode pegar o vírus, mas acho que diminui o risco. Pode não diminuir o de contágio, mas o de morte. Você pode pegar, mas de uma forma mais leve”, detalhou.
Na opinião da dona de casa Dalva Cristaldo, de 64 anos, a implantação do passaporte é necessária, principalmente por conta dos jovens que não respeitam as medidas de biossegurança. “Sou a favor é segurança para nós e para os outros, principalmente para os jovens que não se cuidam. Ficará mais seguro, todo mundo vai estar vacinado e prevenido”, finalizou Dalva.
Até em igrejas
Para o autônomo Rafael Rodrigues Torres, de 32 anos, implantar o passaporte também seria uma forma de diminuir o risco e aumentar a segurança dos ambientes. “Sou a favor, isso diminuiria o risco de pegar e contrair. Tem países que para você entrar é preciso tomar a vacina, quem dirá um show”.
Religioso, ele acredita que a proposta devia valer também para os templos. “Meu evento seria o culto. Para todo mundo se sentir bem no lugar as pessoas devem estar imunizadas. Dessa maneira, não teria o porquê se preocupar. Como vou levar meu filho em um lugar sabendo que as pessoas não estão imunizadas”, explicou.
Para a secretária Adnilva Martins, de 38 anos, o passaporte deixaria os ambientes com uma maior biossegurança. “Sou a favor, a pessoa vacinada está um pouco mais protegida. Se estiver todo mundo vacinado em um ambiente o local será menos perigoso”, disse ela.
Trabalhando no centro de Campo Grande, o pipoqueiro Jorcelino Francisco, de 71 anos, foi um dos contaminados pela Covid-19 e reforça que a medida é importante para evitar a transmissão do vírus. “É muita ignorância não querer tomar. Sou a favor, a pessoa imunizada consegue evitar que a doença alcance a sua família de uma forma mais grave”, ressaltou.
Para a diarista Joana Vieira, de 53 anos, essa decisão devia partir da população e não do Governo. “A pessoa que tomou vai estar segura, se ela não tomou o problema é dela. Cada um faz a sua escolha, eu tomei as duas doses. Isso é uma decisão da pessoa e o risco é dela. Virão outras doenças, daqui a pouco vamos ficar todos presos em casa?”, questiona.
Debate em MS
O Estado de Mato Grosso do Sul já tem uma cidade que adotou a estratégia. O município de Chapadão do Sul, a 330 quilômetros da Capital, aderiu à obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação contra o coronavírus. Assim, os moradores terão que comprovar que tomaram ao menos uma dose da vacina para entrar em estabelecimentos comerciais e eventos, como shows.
Em Campo Grande, um projeto de lei foi protocolado na Câmara de Vereadores para criar o passaporte digital de imunização. O projeto foi apresentado pelo vereador Otávio Trad (PSD) em julho. A ideia é que a carteirinha sirva como autorização para entrada em locais e eventos públicos, incluindo o transporte coletivo. A proposta do ‘passaporte da imunidade’ também já foi apresentada em projetos do vereador Papy (Solidariedade) e Camila Jara e Ayrton Araújo (PT).
A exigência do passaporte da imunidade em todo o Mato Grosso do Sul já foi debatido, mas não houve consenso da equipe técnica da Secretaria de Estado de Saúde. A decisão foi adiada, mas não descartada totalmente.