Os profissionais de enfermagem da Santa Casa de Campo Grande, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores na Área e Enfermagem em Mato Grosso do Sul (Siems) estudam paralisar as atividades de atendimento no hospital nas próximas horas.
De acordo com a vice-presidente do Siems, Helena Delgado, em 2021 o hospital realizou demissões de 337 profissionais da área da enfermagem.
Entre as demissões, estão: 233 Técnicos em Enfermagem; 101 Enfermeiros; e 3 Auxiliar em Enfermagem, mantendo apenas uma equipe quase emergencial para continuar atendendo a demanda do hospital.
“Os profissionais estão sobrecarregados por conta das demissões desenfreadas, agora a gestão decidiu suspender todas as horas extras e o adicional de assiduidade, eles não conseguem trabalhar nessa situação, até o momento não tem previsão de reposição de trabalhadores, a Santa Casa precisa justificar o que está acontecendo, por isso estamos intervindo nesse caso e a paralisação ocorrerá por falta de condições de trabalho”, disse Helena.
Segundo o presidente do sindicato, Lázaro Santana, as demissões aumentam a defasagem que já existe no hospital.
“O total de demissões interfere absurdamente no cotidiano daqueles continuam no hospital, sobrecarregando o trabalho dos ativos e aumentando a defasagem já existente, vez que não é observada reposições, ou seja, novas contratações. Essa situação pode ocasionar doenças irreversíveis à saúde mental e física dos trabalhadores, bem como acarretar prejuízos na assistência prestada”, ressalta.
Por fim, Helena explica que os profissionais querem apenas recursos e uma equipe completa. ” Esses profissionais precisam e querem uma equipe completa para poderem executar suas funções, a pandemia em si já dificulta o trabalho dos profissionais da enfermagem, a falta de recursos aumenta ainda mais o desafio”.
O Siems abriu um procedimento no Ministério Público do Trabalho requerendo explicações acerca das demissões e cobrando as justificativas acerca da motivação dos desligamentos e as medidas que o hospital vem tomando para suprir o déficit destes 337 profissionais.