Bolsonaro rumo a uma possível intervenção militar, que ele vem ensaiando há meses, deu a largada na manhã desta terça-feira, 10, com o desfile ameaçador dos 46 tanques e armas de guerra na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Está clara sua intenção de amedrontar os parlamentares que se reuniu hoje na Câmara para deliberar sobre o voto impresso, uma das suas bravatas para justificar uma intervenção militar caso venha a perder as eleições do ano que vem.
Sobretudo o tal “voto auditável” não passou na Câmara, uma vez que presidentes dos 18 partidos mais importantes já manifestaram que o sistema de urnas eletrônicas é seguro e que o atual modelo de votação não mudará por ser o mais democrático e moderno em todo o mundo. Bolsonaro prega a mudança, medo de que o TSE favoreça seus adversários para derrotá-lo. Inclusive, na live realizada no Palácio do Alvorada, na semana passada, Bolsonaro fez graves acusações a ministros do STF e TSE, até mesmo com xingamentos e ofensas pessoais. O ex-capitão insiste que há fraude, na tentativa de mobilizar seus seguidores em uma pressão popular a favor do voto impresso.
O desfile dos tanques e blindados da Marinha defronte as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso e do STF na manhã do dia, 10, Bolsonaro dá uma demonstração que ele trama sim por uma intervenção militar. Em 1984, o general Newton Cruz, que também promoveu ameaça parecida contra as eleições pelo voto direto. Hoje com as máquinas de guerra na Esplanada dos Ministérios, impõe um clima de terror para os poderes legislativo e Judiciário.