Os presidenciáveis da terceira, entre eles o sul-mato-grossense Luiz Henrique Mandetta (DEM), penam para conquistar as massas dentro da dualidade entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo O Globo, eles não conseguem formar redes próprias de mobilização no Facebook, maior plataforma digital em operação no país. A menos de um ano das eleições, os pré-candidatos ainda são fracos, pra não dizer invisíveis, na rede social.
O indicativo foi divulgado após levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (DAPP/FGV). A análise aponta que, na rede social, por enquanto, consolida a polarização entre o petismo e o bolsonarismo.
Mandetta, conforme O Globo, integra um grupo formado por organizações sociais que fazem oposição ao governo Bolsonaro e à esquerda, como Vem Pra Rua. Essa rede somou pouco mais de 3% das interações no período. O ex-ministro tem 197.594 seguidores com 47,5 mil interações. É o menor entre os nomes da terceira via.
(Relatório indica que Mandetta tem 197.594 seguidores. Foto: DAPP/FGV Crowd Tangle)
Terceira via
Os pré-candidatos do PSDB, João Doria e Eduardo Leite, não integram nenhum dos principais conjuntos formados. Apesar disso, se deslocaram da rede principal e formaram pequenos grupos de apoio.
Mandetta há alguns meses abriu um número especial do Telegram para ouvir o público e as demandas. Ele também usa o Twitter com frequência.
Lula X Bolsonaro
O relatório considerou 450 mil postagens em mais de 30 mil páginas e grupos públicos do Facebook publicadas em setembro. As redes pró-Bolsonaro e pró-Lula somaram mais de 90% das interações (curtidas, comentários e compartilhamentos) registradas e reuniram 76% dos perfis que participaram do debate. Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede) aparecem como atores coadjuvantes na oposição à esquerda, dominada por Lula.
Como a terceira via deve agir?
Coordenador do “Derrubando Muros”, o sociólogo José César Martins avalia que o fato de não se identificar nenhum nome do espectro da centro-direita e centro-esquerda “magnetizador nas redes” é “natural”. O movimento é formado por 110 empresários, investidores, banqueiros, políticos e intelectuais e tem, entre seus objetivos, a busca por articular uma terceira via para as eleições.
“Esse espaço vai ser redesenhado à medida que se consolidem as candidaturas ao centro”.
Martins avalia que o campo deve se adaptar:
“Se estamos falando de uma posição mais moderada e de centro, é preciso transformar esses atributos em coisas que façam sentido na vida das pessoas. Não adianta associar o centro ao equilíbrio fiscal. Os temas que hoje estão afetando a vida das pessoas têm que ser o que a gente carrega. As agendas que estão no nosso espectro trazem esperança e resgatam o sonho. É essa a disputa que o centro tem que trazer diante de uma esquerda que está atrasada, presa ao século XX, e de uma direita com agenda distópica.”
De acordo com O Globo, a estratégia de Ciro Gomes mudou após o marqueteiro João Santana assumir sua comunicação, em abril. Agora, os ataques a Lula se intensificaram, e o presidente do PDT, Carlos Lupi diz que os ataques são necessários.
Doria aposta no humor com a nomenclatura “João vacinador”. Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, entrou em julho para o TikTok, rede usada principalmente pelos mais jovens, e tem compartilhado imagens dos bastidores no governo gaúcho e de sua vida pessoal.
Com informações do TopMídiaNews