Sob pressão, Lula recua após má repercussão ao dizer que Putin não seria preso no Brasil

Mandatário desconversou sobre o assunto e agora diz que a medida não cabe ao governo brasileiro.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), recuou em seu compromisso de não deter o presidente da Rússia, Vladimir Putin, caso ele esteja presencialmente na próxima reunião de cúpula do G20, que será sediada no Rio de Janeiro. Sob pressão após má repercussão do posicionamento, Lula agora diz que que a decisão corresponde à Justiça.

“Não sei se a Justiça brasileira vai prender, isso quem decide é a Justiça. Não é o governo”, declarou em uma entrevista coletiva um dia após a conclusão do encontro de cúpula do G20 em Nova Délhi.

O petista, como mostramos, em uma entrevista para um canal de televisão indiano, afirmou que Putin não seria detido no Brasil, apesar de existir uma ordem de prisão internacional emitido contra o líder russo pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), que o acusa de crimes de guerra. A acusação é sustentada na deportação de crianças ucranianos durante a invasão russa à Ucrânia.

Luiz Inácio, apesar do recuou, questionou a participação do Brasil no TPI, quando outros grandes países não são signatários do Estatuto de Roma, que criou o organismo.

“Eu quero muito estudar a questão do Tribunal Penal. Estados Unidos não é signatário, a Rússia não é signatária. Então, eu quero saber por que o Brasil é signatário de um tribunal que os Estados Unidos não aceitam?”, questionou.

O político de extrema-esquerda disse ainda que “os países emergentes são signatários de coisas que prejudicam eles mesmos” e garantiu que analisará a questão.

“Não estou dizendo que vou sair de um tribunal. Eu só quero saber por que Estados Unidos não é signatário, por que a Índia não é signatária, por que a China e a Rússia não são signatárias e por que o Brasil é signatário”, declarou.

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