Rose Modesto e o caso da Coffee Break

O que se sabe e até onde as investigações foram e pararam sobre a Deputada Federal no escândalo conhecido na Capital como Coffee Break

Campeã de votos em 2018, Rose Modesto deu a volta por cima na sua eleição para Deputada Federal. Após sofrer grande derrota para o Prefeito Marcos Trad em 2016, quando na conjuntura atual a mesma era a vice Governadora, Rose se reorganizou e se programou para dar a volta por cima. Após sua eleição como Deputada, Rose quis de toda forma concorrer novamente em 2020, entretanto, foi barrada pelo Governador do Estado, Reinaldo Azambuja, que optou pelo apoio a reeleição de Trad.

Com isso se criou um racha na base tucana, e que resultou na saída de Modesto para o União Brasil. Porém diferente do que muitos tucanos queriam, o Governador não rompeu com a base aliada de Rose que era locada em secretárias estaduais. O que se sabe é que Reinaldo fez ‘vista grossa’ para os aliados da ex-tucana.

Agora Rose já em novos ares tentará seu voo mais alto, se lançou como pré-candidata a governadora do Estado. Candidatura que de certa forma ameaçou os seus adversários pois nas pesquisas a mesma apareceu em terceiro lugar. Entretanto nos bastidores borbulham que Modesto deva recuar e sair para o Senado Federal, onde travaria uma batalha apenas com a Ministra Tereza Cristina.

Porém como se é natural no Brasil esquecer do passado, iremos reavivar a sua memoria e contar um pouco mais sobre quem é a Rose Modesto. E principalmente a sua relação com a operação Coffee Break.

COFFEE BREAK

 investigação apura suposta compra de votos dos vereadores para cassar o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março de 2014. No ano de 2016, Rose Modesto teve sua quebra de sigilo fiscais e bancários, na época a mesma era vice-governadora e preferiu não comentar sobre o ocorrido. A Operação foi deflagrada no meio do ano de 2015n onde se resultou no afastamento do então chefe do Executivo Municipal, Gilmar Olarte, com quem supostamente a base tucana na capital teria firmado acordo.

Vereadores e juristas estranham silêncio sobre Rose e Elizeu na Coffee Break  · Jornal Midiamax
Rose Modesto e Elizeu Dionizio na época Vereadores da Capital.

A primeira secretária de Educação na gestão do pastor foi Ângela Brito, filiada ao partido. Rose, no entanto, nega que a nomeação tenha sido fruto de indicação dela. A proximidade entre ambos foi reforçada em conversa interceptada pela Polícia Federal na qual a vice-governadora diz em tom de brincadeira ser a “morena mais bonita do MS” ao se identificar a Olarte. O diálogo teria ocorrido quando ela ainda era vereadora, depois da cassação. Embora tenha votado pela saída de Bernal, Rose não está entre os 24 denunciados na Coffee Break

OPERAÇÃO ADNA

Os áudios da Operação Adna capitaneada pelo Gaeco de MS são mesmo interessantes e reveladores quando ouvidos na íntegra. Claro que existem muitas provas de crimes que estão arroladas na Coffee Break (segunda fase das investigações).

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Anny Cristina Silva Nascimento, que comandou o PSL.

No entanto no áudio vazado, duas integrantes do PSL atualmente União Brasil e funcionárias da Câmara Municipal quando quando a atual Deputada federal, Rose Modesto, ainda era vereadora e dias antes da cassação do prefeito Alcídes Bernal e da posse de Gilmar Olarte, comentam sobre Modesto.

Na interceptação de Anny Cristina e Marly Débora além da conspiração elas comentam que a vereadora Rose estava acertada para ser a secretária de Educação de Olarte assim que assumisse a prefeitura receberia cerca de R$ 7 milhões. As investigações e o depoimento das duas embasam a denúncia do Gaeco contra autoridades e vereadores arrolados no caso.

O acerto começaria com Ronam Feitosa, braço direito de Gilmar e Olarte e coletor de recursos na

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Marly Débora em depoimento

campanha do então vice-prefeito, que se enrolou com cheques frios e agiotagem. Um dos pivôs do escândalo no qual o Gaeco se debruçou por anos e culmina agora com a investigação que está na mão do Procurador Geral de Justiça, Humberto Brites, para denunciar ou não.

Sem dúvida, a ex-vereadora Rose figura como peça importante no governo Olarte. Ela aparece articulando em diversas ocasiões e era tratada com respeito pelo prefeito cassado ao ponto de ser elogiada como a “morena mais bonita de MS”. Escute o áudio.

DEPOIMENTO

A testemunha Marly Débora Pereira de Campos, intimada pelo MPE (Ministério Público Estadual), confirmou que o prefeito afastado Gilmar Olarte (PP), através de Ronan Feitosa, usava cheques de terceiros para captação de votos na Câmara dos Vereadores.

Durante depoimento na audiência de instrução e julgamento, Marly relatou que trabalhou na campanha de Olarte em 2012. Após as eleições ela começou a realizar trabalhos tanto para a prefeitura quanto para a igreja do prefeito afastado. “Eu era um tipo de secretária particular de Gilmar Olarte“, contou.

Marly relatou que o Ronan era o homem mais próximo ao então vice-prefeito Olarte e que ela sempre tinha contato pessoal com ele, porém, após a posse, ele se afastou e ela conversava mais com Ronan Feitosa. Nos primeiros quatro meses de 2013, ela disse ter recebido em dinheiro R$ 2 mil mensais pelo trabalho. “A proposta inicial é que eu receberia R$ 4 mil por mês de salário, mas me passaram só a metade disso”, detalhou.

Neste período, entre fevereiro e março de 2013, Ronan pediu cheques à Marly, que alegou ser trocados para fazer dinheiro paa custear viagens de Olarte ao interior do Estado. Ao informar que não tinha cheque, Ronan lembrou que seu filho tinha. Assim, Marly disse que pediu ao filho os cheques, que de pronto não se recusou a fornecer, uma vez que seria para ajudar o pastor Olarte.

Os cheques foram preenchidos com valores de R$ 3 mil a R$ 5 mil, que nos primeiros meses foram resgatados antes de serem sacados no banco. Mas a partir de maio daquele ano, os pagamentos não foram mais realizados por Gilmar e os cheques começaram a voltar sem fundo.

Marly contou que começou a ser ameaçada por agiotas, então cobrou explicações e o pagamento para Ronan, que dizia para ela ficar tranquila, porque Olarte iria assumir a prefeitura em breve e resolveria tudo.

Olarte não pagou a dívida e não foi mais à prefeitura, então a mulher parou e exercer a sua função, já que não havia sido nomeada. Marly alegou que no começo acreditou que os cheques eram usados para viagens, mas depois descobriu que eram para cooptar votos dos vereadores na câmara para a cassação do prefeito Alcides Bernal (PP), em março de 2014.

A testemunha disse ainda que por conta dos cheques sem fundo do filho, seu outro filho perdeu o financiamento da faculdade de medicina veterinária, pois o irmão que era avalista ficou com o nome sujo. Questionada pelo promotor sobre seu prejuízo financeiro, Marly revelou que foi de cerca de R$ 30 mil. Além dela, Marly comentou que soube de outras pessoas que também foram prejudicadas pelo mesmo esquema e citou o nome de um pastor da igreja de Olarte, Cleber Gomes.

Julgamento – A sessão começou às 9h, presidida pelo desembargador Luiz Cláudio Bonassini. Olarte será julgado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O ex-prefeito foi afastado do cargo na Operação Coffee Break, no dia 25 de agosto passado, que apura a compra de vereadores para cassar o mandato de Bernal, que é uma das testemunhas do caso. CGNEWS

TRANSCRIÇÃO

Data : 18/3/2014

Horário : 00:10:38

Observações : @@@ DEBORA X ANNY: QUEREM MATAR JEFFERSON

Transcrição :Síntese : ANNY diz que não quer que eles saibam que foi ela quem levou o BERNAL, pois tem que defender a pele delas. DEBORA argumenta que ANNY trabalhava com ALCEU e ele dizia que naquela “lenga-lenga” seria difícil tirar o homem, e como elas estavam na pior, por isso aceitaram. ANNY comenta que tinha uma amiga que conhecia o CHIQUINHO (CHIQUINHO TELES) e foi ela quem arrumou.

00’50” ANNY diz que de DEBORA eles não tem raiva, mas não querem nem ver o JEFFERSON, falaram até que se pudessem mandariam matar o JEFFERSON e que ele está correndo risco de vida. DEBORA diz que o PASTOR SILAS havia profetizado isso. ANNY diz que eles sabem que JEFFERSON para se aparecer andou atrás do amigos do Nova Lima querendo comprar o povo, achando que iria ganhar dinheiro do BERNAL. E no dia da votação ficou lá brigando para conseguir espaço, que eles sabem de tudo. DEBORA diz que foi bom não ter ido, mas mandou o JEFFERSON fazer aquilo.

02’00” ANNY diz que é para DEBORA argumentar caso seja chamada que o depoimento foi dado por pressão do JEFFERSON, que eles sabem de tudo, o chamam de ALEMÃO.

02’37” ANNY diz que JEFFERSON está correndo risco de vida, pois continua tentando armar, que procurou a imprensa e amanhã deve sair uma matéria falando sobre os cheque do RONAN.

03’00” ANNY conversou com RONAN, acabou de deixá-lo em casa, e explicou que sobre o seu cheque (de ANNY) que emprestou a DEBORA pois ela tinha muita dificuldade, mas já conseguiu resgatar um. Pede para DEBORA confirmar.

04’10” ANNY diz que a ROSE vai assumir a secretaria de educação, amanhã ela (ROSE) vai se reunir com o RONAN e deve rolar um negócio de mais de R$7.000.000,00 (sete milhões) para ela. DEBORA diz que o erro de RONAN foi não ter avisado que se afastaria, assim não teria deixado todo mundo preocupado.

ANNY diz que na conversa com RONAN disse a ele para pagar direitinho as contas e ele falou que 12 meses para ele resolver tudo e poder voltar, pois não pode nem sair do carro, DEBORA  diz que tem dó dele porque sabe que não é culpa dele e sim do GILMAR, ANNY diz que ele pagou R$ 143mil para um agiota e que será pago mais de R$ 1 milhão essa semana.

ANNY comenta que falou para RONAN que DEBORAH já estava afastada de JEFERSON, e RONAN disse que teria sido a melhor coisa que ele fez, pois ele era vagabundo e safado que ele ficava se aparecendo que era da polícia dentro da prefeitura e ficava propagando estas informações lá dentro.

ANNY volta a recomendar a DEBORAH  ficar afastada de JEFFERSON

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